Lula enfrenta pior momento político, perde apoio da classe trabalhadora e do Nordeste, aponta Bloomberg

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vive o pior momento de seus três mandatos, segundo artigo do economista argentino Juan Pablo Spinetto, publicado no site da Bloomberg nesta terça-feira (11). O analista destaca que a popularidade do petista está em declínio, especialmente entre trabalhadores e eleitores do Nordeste, regiões que historicamente garantiram seu apoio eleitoral.

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De acordo com pesquisa do Datafolha, a aprovação de Lula caiu de 35% em dezembro para 24% em fevereiro, atingindo o menor índice desde o início de seu terceiro governo. A perda de apoio, segundo Spinetto, reflete o descontentamento popular com o custo de vida elevado, a falta de medidas econômicas eficazes e a dificuldade do governo em se conectar com as novas demandas da sociedade.

Para conter a queda de popularidade, Lula tem investido em campanhas publicitárias e mudanças estratégicas na comunicação do governo. Em janeiro, ele substituiu a chefia da Secretaria de Comunicação Social, insatisfeito com a falta de impacto das ações de divulgação dos programas federais.

Outra estratégia adotada foi a isenção do imposto de importação sobre alimentos como carne, café, açúcar, milho e azeite, em uma tentativa de reduzir a inflação dos alimentos. No entanto, parlamentares ligados ao agronegócio consideram a medida ineficaz e defendem que o incentivo à produção nacional seria uma solução mais duradoura.

O governo também enfrenta dificuldades com o programa Pé-de-Meia, voltado para estudantes do ensino médio. O projeto sofreu um revés após o Tribunal de Contas da União (TCU) bloquear R$ 6 bilhões, alegando irregularidades no financiamento. O episódio resultou em críticas da oposição, que acusou o governo de crime de responsabilidade, traçando paralelos com o impeachment de Dilma Rousseff em 2016.

Apesar dos esforços do governo, a inflação continua pressionando o orçamento das famílias brasileiras. O desemprego caiu para 6,5% em fevereiro, mas a melhora no mercado de trabalho não tem sido suficiente para reverter a insatisfação popular.

Para Spinetto, Lula enfrenta desafios políticos e econômicos semelhantes aos do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que também sofre com queda de popularidade e dificuldades em se conectar com uma nova geração de eleitores.

“Ouça Lula hoje e ele parece preso em 2007”, escreve Spinetto. “Longe do político encantador que seduzia investidores e a comunidade empresarial.”

O economista ressalta que o governo carece de um projeto moderno capaz de entusiasmar os brasileiros, muitos dos quais nem eram adultos quando Lula estava no auge de sua popularidade.

Além da perda de apoio popular, Lula enfrenta desgastes políticos dentro e fora do Brasil. A recente nomeação de Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais foi interpretada como um movimento para reforçar sua base no Congresso, mas também gerou resistências entre aliados.

O presidente também intensificou sua retórica contra a imprensa, acusando veículos de divulgarem “notícias falsas”.

No cenário internacional, Lula protagonizou um novo embate ao criticar o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Respondendo a falas do republicano, o petista declarou que não adianta Trump “ficar gritando de lá” e afirmou que aprendeu a “não ter medo de cara feia”, sugerindo um possível atrito diplomático caso o republicano volte ao poder.

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Fonte : Hora Brasilia

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