No anúncio do consignado privado, Lula afaga Haddad

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Para uma plateia formada por sindicalistas e dirigentes de bancos públicos e privados, Luiz Inácio Lula da Silva fez um afago no principal alvo das intrigas internas no Palácio do Planalto. “Se (o mercado) deixar, ele (Fernando Haddad) será o maior ministro da Fazenda desse país”, disse o presidente no início da tarde desta quarta-feira (12).

Lula disse que falaria para a imprensa e para o mercado. “Eu tenho a felicidade de ter o Haddad como ministro da Fazenda. Nem sempre ele é o mais feliz quando pega o microfone. Falo que ele precisa de mais charme”, disse Lula, logo depois de Haddad fazer um discurso no lançamento do programa de crédito consignado.

Os elogios de Lula foram feitos 48 horas depois da posse de Gleisi Hoffmann na Secretaria de Relações Institucionais (SRI). A nova ministra foi uma das principais vozes críticas em relação à política econômica do governo quando era presidente do PT. Na segunda-feira, 10 de março, Gleisi disse que, na Esplanada, defenderia Haddad e a sua gestão.

Lula continuou com os elogios ao ministro: “Até agora foram 24 ações econômicas, Haddad, foi responsável por formular a PEC da Transição, quando se teve a compreensão de salvar o Brasil”, disse o presidente fazendo referência à proposta de aumentar em R$ 145 bilhões o teto de gastos para despesas como o Bolsa Família, o Auxílio Gás e a Farmácia Popular.

No palco principal, além de Gleisi e Haddad, Lula convocou a maioria dos ministros e os presidentes do conselho de administração do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco; da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney; da Caixa Econômica Federal, Carlos Antônio Vieira; e do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros.

Haddad por sua vez pediu à imprensa cautela na divulgação dos dados sobre o programa de consignado privado, batizado como “Crédito do Trabalhador”, que começa a valer a partir de 21 de março e será oferecido aos trabalhadores com carteira assinada do setor privado. O programa também engloba empregados domésticos, rurais e MEI (microempreendedor individual).

A intenção é baratear o crédito e estimular a economia. A contratação será feita pelo trabalhador que poderá usar até 10% do saldo do FGTS. Também pode usar 100% da multa rescisória no caso de demitidos sem justa causa. Há uma previsão, segundo o governo, de uma diminuição de até 40% dos juros cobrados atualmente. “É o mais revolucionário programa de crédito criado pelo governo”, disse Haddad.

Mais cedo, o ministro pregou negociação – e não retaliação – com os Estados Unidos em relação às tarifas de aço e alumínio. Na terça-feira, Lula pediu a Donald Trump que fale “manso” e disse que não tem medo de “cara feia”.

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