Professora da UFSC assume cargo no GSI e prioriza criação de Agência de Cibersegurança

Professora e pesquisadora Danielle Ayres, da UFSC. (Foto: Arquivo Pessoal)

A professora Danielle Jacon Ayres Pinto, do Departamento de Economia e Relações Internacionais da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), anunciou recentemente sua nomeação para ocupar um cargo da alta gestão do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República. O cargo que levará a professora para Brasília inclui, entre outras atribuições, a proteção e segurança da informação do Governo Federal, tratados e acordos firmados com o Brasil.

Danielle Ayres é a nova diretora do Departamento de Segurança da Informação da Secretaria de Segurança da Informação e Cibernética do GSI. Sua área de pesquisa e estudos se relaciona diretamente com essa função, já que ela coordena, junto com a professora Graciela De Conti Pagliari, o Núcleo de Pesquisa em Política Internacional, Segurança e Defesa (NPSeD) da UFSC. 

Seus estudos e pesquisas acadêmicas são voltados às Relações Internacionais, na linha de Estudos de Paz e Segurança, e Estudos de Defesa. Esse diálogo entre a nova atuação e as suas investigações é, para a pesquisadora, um dos desafios mais esperados. 

“Vai ser interessante entender os caminhos da construção da política pública, nas esferas do poder tanto do Executivo como do Legislativo e como se dará a aplicação dessas políticas públicas na esfera do Judiciário. Essa costura fina vai ser a questão mais importante que eu acho que eu terei dentro desse cargo”, adianta Danielle.

A pesquisadora chega com um objetivo claro em mente: a criação da Agência Nacional de Cibersegurança no GSI. A medida precisará passar pela aprovação do Legislativo, além de demandar um código de conduta que atenda às demandas do Poder Judiciário e da Constituição. Como benefício, a agência trará para o Poder Executivo uma capacidade de ação maior na área da segurança da informação e cibernética.

“Olhando hoje como uma profissional da academia, uma intelectual, a questão mais premente vai ser trazer todo esse arcabouço conceitual e aplicá-lo na prática”, demonstra.

As ferramentas de trabalho da nova diretora já estão postas. Ela mesmo afirma que o Brasil tem “ótimos documentos, estratégias e políticas” ideais para a proteção da segurança da informação e da cibernética. Ela cita a Estratégia Nacional de Segurança Cibernética (E-Ciber), a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD, ou Lei nº 13.709/2018), a Política Nacional de Cibersegurança (Decreto nº 11.856/2023), entre outras iniciativas que tornam a área cibernética uma das áreas estratégicas da defesa nacional.

O que falta, segundo Danielle Ayres, é implementar ações práticas, como a criação de agências, protocolos e políticas públicas. “O Brasil é um país dos mais avançados na área de produção de conteúdo legislativo, legal, estratégico e político na área de cibersegurança. O que nos falta agora é pensar a eficácia da implementação disso no dia a dia, tanto da vida pública federal, das instituições de governo, como do cidadão”, salienta a nova diretora, que irá colocar esse como um dos seus primeiros desafios.

Universidade na mídia

(Foto: Reprodução)

Danielle Ayres, além de professora e pesquisadora, tornou-se fonte frequente na imprensa após a guerra entre Rússia e Ucrânia. Sua participação na cobertura midiática sobre um tema diretamente ligado às pesquisas que realiza é mais um diferencial, segundo ela, que as universidades podem oferecer à sociedade. 

“Temos nas universidades um peso importante em pesquisar, publicar artigos, ensinar … mas isso de estar nas grandes mídias é um esforço na área da extensão. É uma forma de disseminar o conhecimento para a sociedade e trazer a sociedade para dentro da universidade também. Quanto mais informação de qualidade, mais capacidade a sociedade terá de entender o mundo que a envolve, que influencia o seu dia a dia”, defende.

Mayra Cajueiro Warren | [email protected]
Agência de Comunicação | UFSC

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