Maduro ameaça “bloquear” exploração de petróleo na Guiana

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O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, fez novas ameaças à Guiana, nesta quarta-feira (5), ao afirmar que seu regime “tomará medidas” para impedir a exploração petrolífera num território que ele considera “pendente de delimitação”.

Durante um evento em Caracas, Maduro fez acusações contra o governo guianense, dizendo que o país “usa um mar territorial pendente de delimitação internacional para atividades de exploração de petróleo” com a empresa americana ExxonMobil, o que, para o líder chavista, é considerado uma “atividade ilegal”.

“Isso é absolutamente ilegal e a Venezuela rejeita, denuncia e tomaremos todas as medidas para impedir a ação ilegal da ExxonMobil e do governo entreguista da Guiana”, acrescentou Maduro. Apesar das ameaças, o ditador não deu detalhes do tipo de ação que pretende implementar na região rica em petróleo e recursos naturais que a Venezuela reivindica como sua.

O episódio ocorre dias depois do presidente da Guiana, Irfaan Ali, expressar “grave preocupação” com a presença de embarcações navais venezuelanas em uma plataforma da ExxonMobil, o que teria colocado em alerta as unidades flutuantes de produção, armazenamento e descarregamento (conhecidas como FPSO) da petroleira americana.

Em resposta, Maduro acusou o presidente guianense de mentir “descaradamente” e anunciou que solicitará “imediatamente” a convocação do mecanismo de Argyle – que compromete ambos os países a se absterem de escalar qualquer conflito – como um “espaço para a resolução pacífica da disputa”.

A Comunidade do Caribe (Caricom) instou, logo depois, Guiana e Venezuela a “evitarem ações de confronto desnecessárias” e pediu a Caracas que “ordenasse a retirada urgente da embarcação das águas guianenses e, além disso, que se abstivesse de entrar em contato com as plataformas FPSO”.

Atualmente, os dois países aguardam uma decisão do Tribunal Internacional de Justiça (CIJ) sobre a disputa territorial. No entanto, Maduro alertou que não reconhecerá uma decisão contrária aos seus interesses.

As disputas de limites fronteiriços sobre o Essequibo começaram com o Laudo Arbitral de Paris de 1899, que deu soberania sobre o território à então Guiana Britânica. Décadas depois, a Venezuela declarou essa decisão nula e assinou o Acordo de Genebra de 1966 com o Reino Unido, que estabeleceu uma comissão para resolver a disputa histórica, que não se concretizou.

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Fonte:
Paulo Figueiredo

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