Ataque de águas-vivas e caravelas

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No verão, com o aumento da quantidade de banhistas nas praias, cresce também o número de acidentes com águas-vivas e caravelas. É nesse período, quando a água do mar está mais quente, que esses animais marinhos costumam se reproduzir. Durante a Operação Carnaval 2025, realizada de 1o a 4 deste mês, o Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba (CBMPB) registrou 288 casos do tipo. Os números refletem as ocorrências em todo o Litoral paraibano, nos mais de 60 postos ativados pelo CBMPB durante a folia de Momo.

Segundo o capitão Ataíde, do CBMPB, o aumento desse tipo de ocorrência durante o verão é comum. “Como havia mais gente nas praias, principalmente no Carnaval, registramos muitas ocorrências nesse sentido. Também pelo fato de o Corpo de Bombeiros ter tativado diversos postos no Litoral, o que facilitou o registro”, disse.

Em casos de acidentes com águas-vivas e caravelas, ele recomenda que as pessoas busquem o posto de guarda-vidas. “Deve-se aplicar vinagre ou água do mar. E, caso aconteça uma reação alérgica, ou se uma área extensa do corpo for atingida por esses animais, é importante buscar uma unidade de saúde, para evitar agravamentos”, orientou.

Segundo Ataíde, não é indicado usar água doce para lavar a área machucada; também não se deve esfregá-la ou coçá-la. “Os tentáculos das águas-vivas e caravelas são perigosos, pois liberam toxinas e deixam a pele com a sensação de estar cheia de espinhos. Se a pessoa esfregar, vai liberar ainda mais toxinas. Por isso, é importante manter a calma, procurar um posto de guarda-vidas e usar o vinagre. Se não houver um posto na região, deve-se usar apenas a água do mar”, salientou.

Além de deixar a pele avermelhada, os machucados provocados por esses animais causam dor intensa e sensação de queimação, podendo formar bolhas. Devido às toxinas liberadas por eles, a vítima pode apresentar, ainda, sintomas sistêmicos, como náuseas, vômitos e dor de cabeça. Há casos ainda mais graves, que podem levar à dificuldade para respirar ou engolir, mas é algo bastante raro. O capitão Ataíde diz que, em situações mais complicadas, a pessoa deve acionar os bombeiros, pelo número 193.

Reações alérgicas

Há cerca de dois anos, quando Thalita Fernandes foi vítima desse tipo de acidente, as toxinas liberadas pelo animal desencadearam uma reação alérgica nela. O local foi a Praia do Seixas, em João Pessoa, que registrou, no mesmo dia, várias outras pessoas vítimas de caravelas. “Havia muitas caravelas no mar, nesse período. O pessoal do bar onde eu estava me avisou, mas não imaginei que fosse acontecer comigo. Então, fui dar um mergulho. Quando eu estava saindo da água, ela me pegou na perna, no calcanhar e no pé”, contou.

No momento, ela não percebeu nenhum outro sintoma mais grave, somente a vermelhidão e a queimação no local. “No bar, eu contei o que havia acontecido. O pessoal orientou a passar vinagre no local e também a jogar água doce. Fiz isso e não senti nada preocupante, então voltei para casa. Depois de um tempo, comecei a ter uma reação alérgica. A perna coçou muito, inchou e ficou cheia de bolhinhas, como se fossem umas erupções na pele”, relata.

Sob a orientação de um farmacêutico, Thalita passou uma pomada nas áreas atingidas, o que aliviou os sintomas. “Depois, quando me consultei com uma dermatologista, ela disse que esse tipo de reação alérgica era comum e que era possível que eu desenvolvesse alguma sensibilidade. Desde então, quando eu como camarão, fico com a pele um pouco inchada, principalmente na área dos olhos. Foi então que passei a evitar esse alimento”, disse.

No caso ocorrido com Thalita, o fato de ter lavado o local com água doce — que não é indicado, como recomendou o capitão Ataíde — pode ter contribuído para espalhar as toxinas e provocar uma reação alérgica nela. Em situações assim, o indicado é buscar atendimento médico imediato.

Como identificar

As águas-vivas são transparentes e raramente é possível vê-las, quando estão na água. Já as caravelas apresentam uma bolsa púrpura ou avermelhada que flutua acima da linha da água, sendo facilmente visíveis. As duas têm capacidade de envenenamento por até 24 horas fora da água, por isso é importante não mexer nesses animais, mesmo se estiverem na areia.

Os tentáculos injetam veneno a partir de células microscópicas, que tocam e ficam presas na pele, causando uma dor muito forte, parecida com a de uma queimadura. Conforme o Corpo de Bombeiros, a forma de tratamento da região afetada é a mesma em ambos os casos. Em relação às praias em que as ocorrências foram mais frequentes, durante esse Carnaval, o CBMPB não possui um mapeamento.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 06 de março de 2025.

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A União

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