Liderança feminina fortalece resposta a desastres no Brasil

A resposta a desastres exige rapidez, precisão e humanidade. Nesse contexto, a presença feminina em cargos estratégicos tem se mostrado fundamental para fortalecer a gestão de crises no Brasil. Segundo Juliana Moretti, coordenadora da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec) do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), as mulheres trazem uma abordagem diferenciada, combinando a capacidade de análise multifatorial com uma visão humanizada, essencial para a tomada de decisões eficazes nas cinco fases da Proteção e Defesa Civil.
 

“Com a necessidade de conciliarmos vários papéis com o profissional, como gestoras da família, do lar, das finanças e do tempo, acabamos adquirindo conhecimentos e habilidades extras que contribuem para análises mais completas e detalhadas e, ao mesmo tempo, céleres”, afirma. Segundo ela, essas experiências acumuladas no dia a dia fazem com que as mulheres desenvolvam uma perspicácia apurada, tornando a gestão de desastres mais inclusiva e eficiente.
 

Desafios e avanços
 

Embora a participação feminina tenha crescido no setor, a Defesa Civil ainda é um ambiente predominantemente masculino. A presença de mulheres em cargos estratégicos exige um esforço adicional para consolidar e ampliar essa representatividade. Além das dificuldades inerentes ao setor, as profissionais precisam equilibrar diversas responsabilidades pessoais e profissionais.
 

“Um destaque em relação aos desafios é a gestão do tempo, visando atender às necessidades da família, da profissão e do círculo social, sem esquecer de mim mesma. Para estar inteira frente aos desafios, é preciso esse equilíbrio”, relata a coordenadora.
 

A conquista de espaços estratégicos na gestão pública é fruto do trabalho de muitas mulheres que vieram antes e abriram caminho para as novas gerações. “Reconheço o histórico de mulheres que lutaram por importantes causas e abriram portas para todas nós. Então, a posição de liderar é uma conquista pessoal e social que busco diariamente retribuir e contribuir em forma de prestação de serviço público de qualidade na Sedec”, observa.
 

O futuro da liderança feminina na Defesa Civil
 

No debate sobre o Dia Internacional da Mulher deste ano, a importância da equidade de gênero na gestão de crises e emergências ganha ainda mais destaque. Para que mais mulheres ocupem cargos estratégicos, é essencial fortalecer políticas públicas que garantam suporte e oportunidades, como investimentos em educação, creches e saúde, além de fomentar a participação feminina nos espaços de decisão.
 

“A participação das mulheres nos cargos estratégicos da Administração Pública, nos três níveis de governo, é fundamental para promover a igualdade de gênero na gestão de riscos e de desastres no país”, ressalta Juliana Moretti.
 

Conselho para futuras líderes
 

Para as mulheres que aspiram a cargos de liderança na Defesa Civil, a recomendação é clara: qualificação, participação e persistência. “As mulheres são elemento-chave na gestão de riscos e de desastres. É preciso se manter informada, capacitada e presente nos espaços de discussão e decisão. Assim, podemos contribuir de forma efetiva para a proteção de vidas e a gestão integrada de riscos e desastres”, conclui.

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