Usuária de vape relata acidente com aparelho: ‘Minha perna queimou até ficar crocante’

Em novembro de 2022, Kerri Absolom, hoje com 35 anos, saiu de casa para um compromisso sem perceber a fumaça que saía do bolso onde guardava seu vape. Instantes depois, sentiu uma forte dor na coxa: o aparelho havia pegado fogo.

cigarros eletrônicos com designs diferentes e foto do rosto da usuária

Vape queimou a perna de usuária após pegar fogo no bolso dela – Foto: Reprodução/CCBY/Ecig Click e Reprodução/Facebook/Kerri Absolom

“Com meu marido, Christopher, tentei arrancar minhas calças enquanto a situação piorava”, contou Absolom ao site NeedToKnow. “Minha mão doía tanto que nem percebi o que havia acontecido com o resto do meu corpo”.

Os bombeiros foram chamados e borrifaram água sobre o ferimento no jardim da casa. “O cheiro de carne queimada me deixou enjoada”, lembrou. “Olhei e fiquei chocada ao ver que minha perna queimou até ficar crocante”.

Segundo os profissionais, o acidente ocorreu devido ao contato da bateria de lítio do vape com o molho de chaves que Absolom carregava no bolso. “Também penso em quão pior poderia ter sido. E se meu filho estivesse em meus braços quando pegou fogo?”, questionou.

vape colorido em cima de mesa de madeira

Bateria de lítio, mesma usada em celulares, teria causado acidente – Foto: Yeko Photo Studio/ND

Levada às pressas ao hospital, Absolom foi diagnosticada com queimaduras de terceiro grau. Ela recebeu morfina e ficou internada por uma semana, período em que médicos aplicaram enxertos nas lesões.

Após o acidente, ela foi diagnosticada com transtorno de estresse pós-traumático. “O cheiro de torrada assando me deixava em pânico. No trabalho, se alguém derrubasse algo no depósito ou se houvesse biscoitos de Natal em festas, eu congelava de medo”, relatou.

Apreensões de vapes contrabandeados no Brasil crescem 153% em 2024

O Brasil registrou um aumento expressivo na apreensão de cigarros eletrônicos contrabandeados em 2024. Segundo a PRF (Polícia Rodoviária Federal), 623.437 dispositivos foram confiscados ao longo do último ano, representando um crescimento de 153% em relação às 246.430 unidades apreendidas em 2023.

Homem de camisa listrada fumando vape e soltando fumaça

Região Sul registrou maior número de apreensões de vapes no Brasil – Foto: Freepik/Divulgação/ND

O Paraná liderou as estatísticas em 2024, com 525.154 dispositivos ilegais retirados de circulação. O estado já havia registrado números elevados em 2023, com 149.590 unidades apreendidas. Em Santa Catarina, foram confiscados 5.549 dispositivos neste ano.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) classifica os cigarros eletrônicos como uma grave ameaça à saúde pública. Estudos apontam que esses dispositivos contêm altas concentrações de nicotina, metais pesados e outras substâncias tóxicas, o que pode causar diversos problemas de saúde, incluindo:

  • Dependência química, especialmente entre adolescentes, aumentando o risco de iniciação ao tabagismo convencional;
  • Doenças pulmonares, como a EVALI (lesão pulmonar associada ao uso de cigarros eletrônicos), condição que já resultou em internações e mortes em vários países;
  • Complicações cardiovasculares, como aumento da pressão arterial, maior risco de infarto e doenças cardíacas;
  • Impactos no desenvolvimento cerebral de adolescentes e gestantes, com prejuízos cognitivos e comportamentais a longo prazo.

* Com informações do R7

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