A QI Tech teve de bater na porta do Ministério da Fazenda para reclamar do “excesso” de imposto

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A QI Tech, fintech de Banking as a Service (BaaS), nasceu em 2018 com o intuito de transformar empresas tradicionais em financeiras, por meio de sua infraestrutura proprietária. Com essa tese, a companhia foi responsável por desenvolver a operação de pagamentos de gigantes como 99, QuintoAndar e Unidas, movimentando mais de R$ 50 bilhões apenas por meio do Pix.

Quem vê o sucesso de hoje não imagina todos os perrengues que a startup precisou ultrapassar ao longo de sua trajetória. Um deles, talvez o mais marcante e decisivo para o futuro da QI Tech, aconteceu pouco tempo após o lançamento da empresa e envolveu questões regulatórias e tributárias, que poderiam ter custado (muito) caro.

Na época, os fundadores, Pedro Mac Dowell (CEO), Marcelo Bentivoglio (CFO) e Marcelo Buosi (COO), perceberam que o código da QI Tech dentro da Receita Federal não constava como uma instituição financeira, o que fazia com que toda movimentação feita na plataforma gerasse uma nova nota fiscal – e um imposto.

“O serviço é a instituição financeira em si, então não existe emitir uma nota fiscal para cada transação, aquilo não era possível”, afirmou Mac Dowell ao Vida de Startup, programa do NeoFeed.

“Foi um verdadeiro perrengue que, para resolver, nós tivemos que conversar diretamente com o Ministério da Fazenda, que não tinha entendido como funcionava o nosso modelo”, complementou.

Segundo o CEO, o problema poderia ter paralisado a operação por completo, o que deixou os fundadores (que tinham um time de 10 pessoas na época) assustados. Porém, a situação se resolveu da maneira mais “fácil”, por meio de uma associação, que auxiliou a empresa junto ao órgão regulador.

Assim, em 15 dias, a QI Tech conseguiu voltar a funcionar. E dessa vez de forma definitiva. De lá pra cá, a companhia provou que seu modelo, que até então era pouco conhecido, efetivamente funcionava.

E foi esse modelo que ajudou a startup a ganhar a confiança de investidores como General Atlantic e de mais de 400 clientes presentes em sua base. Nesses sete anos, a QI Tech levantou mais de US$ 260 milhões e foi avaliada, em 2024, como unicórnio, após ultrapassar o valor de mercado de US$ 1 bilhão.

Nesse meio tempo, a fintech decidiu que era hora de começar a crescer por vias orgânicas e adquiriu a Singulare, a administradora fiduciária com mais de R$ 100 bilhões sob custódia.

“O banco do futuro, no final, não necessariamente são os incumbentes que nós estamos acostumados. Eu acredito que nós teremos grandes ecossistemas que apostam nesse oportunidade e aproveitam o cliente que já está na base para isso”, afirma Mac Dowell.

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Neofeed

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