Dólar supera R$ 5,90 e bolsa fecha fevereiro em queda de 2,64%

Em um dia de forte turbulência nos mercados financeiro e cambial, o dólar comercial voltou a superar a marca de R$ 5,90 nesta sexta-feira (28), atingindo o maior valor em mais de um mês. A bolsa de valores brasileira também teve um desempenho negativo, registrando a terceira queda na semana e fechando fevereiro com um recuo acumulado de 2,64%.

A moeda norte-americana encerrou o dia cotada a R$ 5,916, com alta de 1,5% (R$ 0,088). Pela manhã, o dólar chegou a operar próximo da estabilidade, mas passou a subir ao longo do dia, especialmente após a nomeação da deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) para a Secretaria de Relações Institucionais. A alta foi intensificada pelo desentendimento público entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que elevou a busca por segurança no mercado global.

Com a valorização desta sexta-feira, o dólar reverteu a queda acumulada em fevereiro e fechou o mês com ganho de 1,39%. Apenas nesta semana, a moeda subiu 3,25%, alcançando o maior patamar desde 24 de janeiro.

Bolsa cai com incertezas internas e inflação nos EUA

O Ibovespa, principal índice da B3, também teve um pregão negativo, encerrando a sessão com queda de 1,6%, aos 122.709 pontos. O recuo refletiu tanto fatores internos, como a reação do mercado à escolha de Hoffmann para a articulação política do governo, quanto externos, como a resiliência da inflação nos Estados Unidos.

O núcleo da inflação ao consumidor no país norte-americano avançou 0,3% em janeiro, reforçando a percepção de que o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) pode manter os juros elevados por mais tempo. Esse cenário pressiona mercados emergentes como o Brasil, reduzindo o apetite por ativos de risco.

Além disso, o desempenho da bolsa brasileira foi afetado pelos resultados financeiros da Petrobras. A estatal reportou queda no lucro em 2024, o que ampliou a pressão sobre o mercado acionário. Na semana, o Ibovespa caiu 3,41%, encerrando fevereiro com um recuo acumulado de 2,64%.

Investidores reagem à nomeação de Gleisi Hoffmann

A escolha de Gleisi Hoffmann para comandar a articulação política do governo gerou apreensão entre investidores. A deputada já fez diversas críticas à política monetária do Banco Central e aos cortes no Orçamento federal, o que aumentou as incertezas sobre a condução econômica do governo.

No cenário externo, a tensão entre Trump e Zelensky também impactou os mercados. Após uma discussão entre os dois líderes ser transmitida ao vivo do Salão Oval da Casa Branca, o índice que mede a valorização do dólar frente a uma cesta das seis principais moedas internacionais subiu 0,22%, revertendo a queda que vinha registrando ao longo do dia.

Com um cenário de incerteza tanto no Brasil quanto no exterior, os mercados seguem atentos aos próximos desdobramentos políticos e econômicos.

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