Mas a Gleisi? A escolha inesperada de Lula gera tensão em Brasília e calafrios na Faria Lima

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Brasília e São Paulo – Nos últimos tempos, o presidente Lula tem se esforçado em jogar gasolina no Congresso e no mercado financeiro. Uma declaração aqui, outra ali, já fazia parte do dia a dia. Mas hoje Lula se superou e jogou muitos galões de gasolina nas fogueiras da política e da economia.

Inesperadamente, o presidente anunciou Gleisi Hoffmann no ministério da articulação política. A mesma Gleisi que tem queimado Fernando Haddad a todo momento será a ministra que conduzirá as negociações do governo na Câmara dos Deputados e no Senado.

A notícia gerou tensão em Brasília e gerou calafrios na Faria Lima. Assim que foi anunciada, a Bolsa acelerou sua queda e estava em baixa de 0,9% às 14h20.

“Pior impossível. Acho que a relação com o Congresso vai piorar e vamos ter problemas”, diz um dos mais respeitados gestores da Faria Lima.

Um banqueiro complementou: “Não é a melhor pessoa para negociar politicamente. Me parece um sinal que ele vai focar na bolha dele e nas ações populistas. Vai entregar o futuro do Brasil para aumentar sua popularidade”.

Em Brasília, parlamentares se diziam atônitos. O anúncio inesperado de Lula levou políticos e empresários a não desgrudar dos telefones celulares. A avaliação mais comum era que a deputada não tem o perfil de articulação política e criou um arco de crises da Fazenda aos ministérios comandados pelo Centrão, incluindo na cesta partidos de esquerda, como o PSB.

Segundo o NeoFeed apurou, a própria Gleisi chegou a dizer que não teria perfil para a vaga quando o nome dela foi cogitado para substituir Alexandre Padilha, que deixou a SRI para assumir o Ministério da Saúde.

“Lula confirmou o que já se sabia, ele não quer mais ser contrariado. Gleisi estava como presidente do PT para fazer o que Lula queria, vai fazer o mesmo no governo, e, pior, gera tensão com os aliados”, disse um congressista do Centrão.

“Lula está cumprindo o roteiro de uma queda às vésperas de partidos, como o PP, anunciarem desembarques”, disse um parlamentar petista. “Podia ter colocado Silvinho (Silvio Costa Filho, atual ministro de Portos e Aeroportos), chamado alguém do próprio Progressistas, do PSD, mas não escolheu uma carbonária”, continuou.

(reportagem em atualização)

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Neofeed

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