Estado do RN é condenado a indenizar família de torcedor paraibano morto após ação da PM

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Publicado em: 25 fev 2025


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Estado do Rio Grande do Norte foi condenado a indenizar a família de Eduardo Feliciano,  torcedor paraibano que morreu após uma ação da Polícia Militar durante um jogo de futebol no Estádio Barretão , em Ceará-Mirim , em agosto de 2019 . A decisão foi tomada pela 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do RN , que negou o recurso do Estado e manteve a sentença de primeira instância.

A família do torcedor alegou que ele foi espancado por policiais após um conflito entre torcedores de Belo e a PM . Eduardo teria sido atingido por golpes no peito e no rosto , o que, segundo a família, foi causa da morte . De acordo com o laudo necroscópico , as lesõeseram compatíveis com sinais de espancamento, como choque cardíaco, trauma e laceração cardíaca , além de tamponamento cardíaco .

No entanto, um documento do Hospital Municipal Dr. Percílio Alves , onde Eduardo foi atendido, indicava que a morte ocorreu por uso excessivo de álcool e drogas ilícitas , embora também mencionasse contusões no tórax e na face .

A indenização por danos morais foi inserida em R$ 30 mil , e o Estado terá que pagar uma pensão vitalícia de 50% do salário mínimo aos pais da vítima , até que Eduardo completesse 65 anos ou até o falecimento do último beneficiário .

Na apelação , o Estado argumentou que não havia prova suficiente para responsabilizar a PMe atribuiu culpa à própria vítima , pedindo também a redução dos valores da indenização. Contudo, o relator do processo destacou que, segundo o art. 37 da Constituição Federal , a responsabilidade do Estado é objetiva , bastando comprovar o ato, o dano e o nexo causal .

O magistrado concluiu que as lesões que levaram à morte foram resultado de ações desproporcionais dos agentes públicos , ultrapassando os limites do dever legal . Ele ressaltou que, mesmo que a conduta da vítimatenha contribuído para o ocorrido, isso não exime o Estado da responsabilidade .

Testemunhas afirmaram que Eduardo foi espancado por policiais após torcedores do Belo tentarem pular o muro do estádio . Eles também disseram que uma ambulância do Samusó chegou para socorrer o jovem mais de uma hora após o pedido de ajuda.

A decisão considerando o impacto emocional da perda para a família e buscou equilibrar as reservas do sofrimento com a função pedagógica da tradição , sem gerar enriquecimento indevido . A sentença foi mantida na integridade , confirmando a responsabilidade do Estado pela morte de Eduardo Feliciano .

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