EUA demitem 2 mil funcionários da Usaid e suspendem ajuda externa

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A Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) demitiu cerca de 2 mil funcionários e colocou a maioria dos remanescentes em licença administrativa remunerada, conforme comunicado enviado por e-mail na noite de domingo. A decisão ocorre dois dias após um juiz distrital de Washington aprovar a medida, que faz parte da estratégia do presidente Donald Trump para reduzir drasticamente a ajuda externa dos Estados Unidos.

“Todo o pessoal contratado diretamente pela Usaid, com exceção daqueles responsáveis por funções críticas, será colocado em licença administrativa globalmente”, informou a agência.

A licença entrou em vigor às 23h59 de domingo (1h59 de segunda-feira em Brasília), impactando funcionários baseados nos Estados Unidos e comprometendo a continuidade de diversos programas humanitários.

Reestruturação da Usaide influência de Elon Musk

Desde o final de janeiro, a reestruturação da Usaid tem sido conduzida por Pete Marocco, figura polêmica no primeiro governo Trump e nomeado político do Departamento de Estado. Ele atua ao lado do bilionário Elon Musk, conselheiro do presidente, que já expressou críticas à agência e à sua atuação global.

No início de fevereiro, o Secretário de Estado Marco Rubio assumiu como administrador interino da Usaid, nomeando Marocco como vice. Na semana passada, a agência já havia demitido 400 prestadores de serviço que atuavam em assistência humanitária urgente, gerando preocupações internas sobre o futuro dos programas.

Apesar de prometer manter a ajuda humanitária essencial, Rubio anunciou que os pagamentos foram suspensos, impossibilitando a continuidade dos projetos. A revisão da assistência externa acontecerá em um período de 90 dias, mas os critérios dessa avaliação ainda não foram divulgados.

Impacto global da suspensão da ajuda externa

Fundada em 1961, durante a Guerra Fria, a Usaid tem sido um dos principais canais de assistência humanitária dos EUA. Em 2023, a agência destinou US$ 40 bilhões (R$ 235 bilhões) a 130 países, incluindo Ucrânia, Etiópia, Jordânia e Somália.

Entre os projetos financiados pela Usaid estavam:

  • Ajuda alimentar para regiões atingidas pela fome no Sudão;
  • Fornecimento de materiais escolares a crianças deslocadas na Ucrânia;
  • Treinamento de profissionais de saúde em Ruanda.

Desde os anos 1990, a saúde foi uma das prioridades da Usaid, com forte investimento no combate ao HIV e, mais recentemente, no enfrentamento da Covid-19. Em 2022, a assistência humanitária superou os gastos com saúde, impulsionada pelo apoio à Ucrânia.

Críticas à Usaid e a nova política externa dos EUA

Aliados de Trump frequentemente criticam a agência, classificando-a como corrupta e ineficiente. O presidente, desde sua posse, tem adotado uma política de corte de gastos e redução da atuação internacional dos EUA, sob o lema “America First”.

Entre os defensores dessas mudanças está Elon Musk, que apoia um corte de US$ 2 trilhões nos gastos federais. A Casa Branca também prometeu uma revisão completa dos programas de assistência externa, alinhando-os exclusivamente aos interesses estratégicos dos EUA.

A decisão de Trump levanta dúvidas sobre o futuro da diplomacia humanitária americana, especialmente em países em crise que dependem dos fundos da Usaid para assistência básica e estabilidade política.

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Fonte : Conexão Politica

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