Eletrobras desatará último nó para mais uma cadeira no conselho e facilitar a “vida” com governo

Brasília – O acordo para o aumento de indicados pela União no conselho de administração da Eletrobras deverá ser efetivado na assembleia da empresa marcada para a quarta-feira, 26 de fevereiro. Um dos itens da pauta – que tem representantes de acionistas estrangeiros que votam à distância – é justamente o aumento no número de cadeiras no colegiado para 10 vagas, uma a mais do que a composição atual. Assim, fica aberta a possibilidade de acomodar os representantes do governo Lula.

Integrantes da Advocacia-Geral da União (AGU) e da Eletrobras disseram ao NeoFeed que há a expectativa de fechamento antes mesmo do prazo estipulado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que termina em 6 de março – o anúncio deve sair a qualquer momento.

Com o aumento de uma cadeira, o governo já assegura duas, precisando apenas de mais uma a partir da renovação do conselho de administração. O ponto é dado como pacífico dentro do governo, inclusive pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

A disputa pelas três vagas é um dos pontos mais relevantes de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7385 do governo Lula que argumenta que, depois da privatização da Eletrobras, a alteração do estatuto manteve a União com 42% das ações ordinárias mas a deixou com direito de voto de apenas 10%, correspondente a uma vaga no conselho.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Nunes Marques entregou à Câmara de Conciliação e Arbitragem da Administração Federal (CCAF) a busca por uma solução consensual. Esse prazo se encerra em 6 de março.

A AGU afirmou que, apesar da complexidade da matéria, os interessados continuam engajados na obtenção de acordo que contemple, de modo equilibrado, os interesses da União e os da empresa, com o objetivo de aprimorar a governança corporativa.

A Eletrobras concordou com o pedido de prorrogação. O governo pode ficar com uma vaga no conselho fiscal da empresa – hoje não tem nenhuma.

Na bolsa de valores, a ação da Eletrobras acumula queda de 13% em 12 meses. Em 2025, o papel está em alta de 10,4%. O valor de mercado da companhia é de R$ 88,4 bilhões.