Servidor do TJ-PI preso utilizou fragilidade no sistema para vender decisões judiciais, diz polícia


Uma fragilidade no sistema permitia que o servidor inserisse minutas de decisões em processos judiciais e vendesse os serviços para partes interessadas. O servidor e um advogado foram presos. Fraude milionária: Investigação apura acesso ilegal a processos judiciais
A Polícia Civil do Piauí detalhou, nesta quarta-feira (19), como funcionava o esquema criminoso de fraudes em processos judiciais que levou à prisão de três pessoas, entre elas um servidor do Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI) e um advogado, no contexto da Operação Usuário Zero.
O TJ-PI informou que a fragilidade na segurança digital que permitiu o crime foi corrigida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) ainda em 2023, assim que foi constatada pelas autoridades.
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O esquema chegou a movimentar cerca de R$ 7 milhões com a fraude servidor do TJ descobriu uma fragilidade no sistema eletrônico da corte
De acordo com o delegado Yan Brayner, o esquema começou quando o servidor do TJ descobriu uma fragilidade no sistema eletrônico da corte que permitia a ele inserir minutas em processos judiciais, de modo que os documentos eram assinados e as decisões tomadas. Então, ele começou a vender esse “serviço”.
“Ele passou a vender esses ‘serviços’ para partes interessadas nos processos, como os advogados. Ele estava há mais de um ano fazendo essa prática. Através desse acesso privilegiado, ele conseguia inserir minutas de decisão para que juízes assinassem, acreditando que aquelas minutas tinham sido confeccionadas por seus assessores”, disse o delegado.
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O delegado Yan Brayner contou ainda que a alteração nos processos era feita por meio de senhas de outros servidores do TJ, que o suspeito conseguiu obter de maneira indevida.
“Ele conseguia entrar nas credenciais de servidores alterando o cadastro. Tinha uma espécie de ‘cadastro master’, que ele obteve de forma indevida, e através desse cadastro ele conseguia alterar a senha dos servidores e entrava no sistema como se fosse o servidor”, comentou.
O delegado informou ainda que a investigação do caso continua e que, devido ao servidor ter atuado em muitos processos, é possível haver outros desdobramentos da Operação Usuário Zero.
Prisões
Além dos três suspeitos que já foram presos pela Polícia Civil do Piauí, ainda há um mandado de prisão em aberto contra um empresário do ramo de combustíveis, que está foragido.
Os policiais também cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços relacionados aos suspeitos e conseguiram fazer o sequestro de bens comprados com os recursos que eles conseguiram através da fraude. O valor dos bens sequestrados chega a R$ 7 milhões.
Delegacia Geral de Polícia Civil do Piauí, no Centro de Teresina
Andrê Nascimento/ g1 Piauí
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