SIM São Paulo 2025: Heineken, Itaú, Vale e Elo, com promotores de música e cultura

A música tem se consolidado como um dos principais pilares de conexão entre marcas e consumidores no Brasil.

Empresas que antes viam o patrocínio cultural como um movimento periférico passaram a investir em plataformas proprietárias e estratégias de longo prazo, reconhecendo a música como um elemento essencial para a construção de identidade e fidelização de públicos.

Esse foi o tema central do painel “Políticas de Patrocínio x Plataformas de Música: Como as Marcas se Associam à Música em Suas Estratégias de Comunicação”, realizado nesta quarta-feira (19) na SIM São Paulo 2025.

Com mediação de “Luiz Calainho”, sócio da SIM São Paulo e do grupo L21, o painel reuniu representantes de algumas das maiores marcas investidoras em cultura no Brasil: Heineken (Cecília Bottai e Guilherme Bailão), Elo (Mel Pedroso), Instituto Cultural Vale (Marize Mattos) e Itaú (Rodrigo Montesano). O debate explorou modelos de investimento, impactos no branding e estratégias para transformar patrocínios em plataformas culturais perenes.

O papel da cultura no posicionamento das marcas

Se no passado o patrocínio à música era tratado como uma ação pontual, hoje ele se tornou parte essencial das estratégias de marca. Luiz Calainho, que mediou o painel, destacou o impacto positivo desse movimento para a cultura e a economia.

“Arte e cultura moldam a personalidade do Brasil. Elas são transformadoras sociais e impulsionam nossa economia, mas para exercerem esse papel é fundamental que, além dos governos e poder público, empresas acreditem e invistam nisso. Por isso é muito importante que empresas como Vale, Itaú, Elo e Heineken, que estão conosco hoje na SIM, sigam fazendo a diferença.”

Elo, por exemplo, tem usado a música como um dos principais diferenciais para fortalecer seu posicionamento no mercado financeiro. Mel Pedroso, CMO da empresa, explicou como a brasilidade se tornou um norte para suas estratégias.

“Em um mercado comoditizado como o de cartões de crédito, com duas empresas multinacionais há muito tempo no mercado, é fundamental para a Elo identificar e investir no nosso diferencial, que é a brasilidade. A partir disso, decidimos investir e incentivar um dos pilares da brasilidade que é a música. A partir dessa decisão, criamos uma plataforma de incentivo a novos músicos brasileiros, eventos e festivais que valorizam a música feita no Brasil.”

Heineken, que há anos usa a música como um elemento central de sua comunicação, reforçou que essa estratégia foi crucial para a construção da marca no Brasil. Cecília Bottai, vice-presidente de marketing da empresa, relembrou o impacto dos primeiros investimentos no setor.

“Quando decidimos patrocinar o Rock in Rio pela primeira vez, em 2011, tínhamos apenas 1% do mercado. Antes de sermos grandes, era preciso parecer grande. Por isso, desde muito cedo, a música esteve no centro das nossas decisões de marca. Investir e apostar em grandes eventos como o Rock in Rio e o Carnaval de Rua de São Paulo foi fundamental na construção das nossas marcas.”

Já o Instituto Cultural Vale, maior patrocinador de cultura do país, tem investido fortemente em editais e projetos de formação musical. Marize Mattos, coordenadora de patrocínios da instituição, destacou a importância do apoio à diversidade regional.

“Acreditamos que a cultura transforma, abre janelas e possibilidades para as pessoas. O Brasil é muito rico, com diversidade cultural impressionante, infelizmente desconhecida pelos próprios brasileiros. Enquanto uma empresa global, que tem foco nas pessoas dos territórios, ao mesmo tempo que projeta o Brasil para fora, criamos editais e projetos que possibilitam o intercâmbio entre profissionais da cultura e a projeção de artistas de regiões como o Norte e Nordeste para todo o Brasil.”

SIM São Paulo 2025

Mais do que patrocinar, co-criar

Um dos pontos mais debatidos no painel foi a mudança na relação entre marcas e música, que passou do simples patrocínio para um modelo de co-criação. A Heineken, por exemplo, vem adotando essa abordagem em seus projetos recentes. Guilherme Bailão, diretor de brand experiences e patrocínios da empresa, reforçou essa visão.

“A nossa ideia e ambição é fazer parte da cultura para além da função de patrocinadores. Marcas e empresas têm responsabilidade sócio-cultural com o conjunto da sociedade. Nosso papel é irmos além do investimento, queremos ser agentes criativos, co-criadores e realizadores de cultura.”

O painel deixou claro que as marcas que mais se destacam no setor cultural são aquelas que não apenas investem, mas que criam narrativas autênticas, estabelecendo uma relação genuína com os públicos e contribuindo para o fortalecimento da cena musical brasileira.

A SIM São Paulo 2025 segue com sua programação nos até 20 de fevereiro, no Memorial da América Latina, reunindo profissionais da indústria cultural, artistas, pesquisadores e agentes do setor para debater os desafios e oportunidades da música e das artes no Brasil. Com painéis, workshops, showcases e encontros de negócios, a conferência promove debates e conexões para fortalecimento da cena musical e da economia criativa no país.

O evento tem o patrocínio do Instituto Cultural VALE, Rede (Itaú-Unibanco), cartão Elo e Heineken, além de vários parceiros, através da Lei de Incentivo Federal, Ministério da Cultura / Governo federal.

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