Após queda na popularidade, Centrão pressiona Lula por reforma ministerial

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Lideranças do Centrão descartam, por ora, um rompimento com o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas intensificam a pressão por uma reforma ministerial ampla. O movimento ganhou força após a pesquisa Datafolha, divulgada nesta sexta-feira, 14, mostrar que a aprovação do presidente caiu de 35% para 24% em dois meses, enquanto a reprovação subiu de 34% para 41%.

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A insatisfação dentro da base aliada não é nova, mas a crise de popularidade elevou o tom das cobranças. O receio entre parlamentares é que a demora nas trocas reduza o interesse de aliados em assumir ministérios, o que enfraqueceria o governo no Congresso.

Líderes do Centrão defendem que a reforma aconteça antes do Carnaval, evitando que Lula inicie o ano legislativo com um clima de mal-estar na base. Além disso, apontam que o presidente precisa fazer mudanças mais amplas do que as cogitadas até agora para sinalizar uma recomposição política e fortalecer a articulação do governo.

A principal cobrança recai sobre o núcleo político do Planalto, onde todas as principais pastas estão sob comando do PT. Atualmente, a Casa Civil, a Secretaria-Geral da Presidência e a Secretaria de Relações Institucionais são ocupadas por Rui Costa, Márcio Macêdo e Alexandre Padilha, respectivamente.

Diante da resistência de Lula em substituir Rui Costa, o Centrão cogita remanejar Padilha para o Ministério da Saúde, no lugar de Nísia Trindade, que é alvo de críticas do bloco político. Com isso, o cargo de ministro das Relações Institucionais poderia ser ocupado por um nome mais alinhado ao Congresso, como Isnaldo Bulhões (MDB-AL), aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Outras pastas sob pressão incluem Desenvolvimento Social, Desenvolvimento Agrário e Educação, que têm grandes orçamentos e são comandadas por petistas.

Além das mudanças ministeriais, aliados de Lula cobram entregas de promessas de campanha, como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, que ainda não avançou. Também reconhecem o desgaste gerado pela polêmica sobre o Pix, impulsionada por vídeos da oposição, como o do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG).

Enquanto isso, bolsonaristas intensificam a mobilização contra o governo e convocam manifestações para 16 de março, com pautas incluindo um pedido de impeachment de Lula. Nos bastidores, até mesmo senadores oposicionistas admitem que a viabilidade dessa iniciativa ainda é remota, mas avaliam que a pressão pode crescer se a popularidade do presidente continuar em queda.

No Planalto, interlocutores de Lula acreditam que a pesquisa do Datafolha deve acelerar ajustes na estratégia política e na comunicação do governo. A avaliação interna é que o presidente precisa focar em medidas voltadas para trabalhadores e informais, como redução do preço dos alimentos e revisão do Imposto de Renda.

Há também um diagnóstico de falhas na comunicação. Aliados do governo apontam que ações positivas, como a gratuidade de 100% dos medicamentos do Farmácia Popular, a queda no dólar e a menor taxa de desemprego da história, não tiveram a repercussão esperada.

No início do ano, Lula trocou o comando da Secretaria de Comunicação (Secom), substituindo Paulo Pimenta (PT-RS) pelo marqueteiro Sidônio Palmeira. A mudança ocorreu sob a avaliação de que o governo está bem, mas a comunicação não chega à população.

Agora, aliados esperam que os números da pesquisa sirvam de alerta para que Lula faça ajustes antes que a insatisfação se amplie, comprometendo não apenas sua governabilidade, mas também sua eventual candidatura à reeleição ou o desempenho de um nome apoiado por ele em 2026.

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Fonte : Hora Brasilia

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