Em sua publicação digital, o jornal Folha de S.Paulo deu espaço para publicar texto que recrimina a censura e critica a esquerda que apoia medidas contra a liberdade de expressão. No ar desde a tarde deste domingo, 14, o conteúdo é assinado pela colunista Lygia Maria.
Logo na chamada do artigo, Lygia, que é mestre em jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina e doutora em comunicação e semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, destaca o seu ponto de vista a respeito do tema. Conforme ressalta, não é preciso apoiar determinado espectro político para fincar posição contra ações censórias. Ainda mais se essas práticas contra a liberdade partirem do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Não é preciso ser fã de Elon Musk ou bolsonarista para perceber que o STF ultrapassa limites em decisões sobre liberdade de expressão”, afirma a colunista da Folha, no subtítulo de seu texto deste domingo, ao mencionar o empresário dono da rede social Twitter/X.
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Nesse sentido, Lygia critica a esquerda brasileira, que se recusa a criticar decisões judiciais que impõem censura prévia. Para isso, ela lembra da Pif Paf, revista criada pelo jornalista Millôr Fernandes em 1964, ano do início do regime militar no país. De acordo com ela, a publicação sempre defendeu a liberdade de expressão e registou críticas ao que considerava como abuso do Poder Judiciário.
“Não é preciso ser bolsonarista para criticar as Cortes”, afirma a colunista. “A esquerda democrática, como a da Pif Paf, sempre apontou abusos do Poder Judiciário e defendeu a liberdade de expressão, mas parece que agora resolveu vilipendiar sua história por motivação partidária rasteira.”
Folha, esquerda, censura e… Alexandre de Moraes

A esquerda não foi o único alvo das críticas presentes no artigo de Lygia Maria. A colunista da Folha de S.Paulo fez questão de externar a sua desaprovação a medidas impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, membro do STF e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Conforme a articulista, o magistrado tem infringindo regras. Ela cita, por exemplo, que pessoas estariam sendo punidas sem saber a razão. Ou seja, falta de transparência por parte do integrante do Judiciário. Problema que se repete em outra questão e que envolve censura e, consequentemente, limitação da liberdade de expressão.
“Não se sabe quantas contas das redes sociais foram bloqueadas nem a justificativa para tal censura”, escreve Lygia. “Sim, censura: remover conteúdo criminoso já publicado é diferente de proibir alguém de publicar. E numa democracia digna do nome, ninguém pode ser proibido de escrever ou falar.”
“À falta de transparência nas decisões soma-se a precariedade na caracterização dos crimes”, prossegue a colunista da Folha. “Punir palavras que promovam ‘ataque à democracia’, por exemplo, é de uma vaguidão descomunal. Não é preciso gostar de Elon Musk para perceber que há algo de muito errado na forma como STF, TSE e Moraes têm lidado com a liberdade de expressão nos últimos anos.”
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Fonte : Revista Oeste