Lançamento triplo reúne escritores na capital paraibana

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A primeira Noite da Literatura Paraibana de 2025, realizada pela Empresa Paraibana de Comunicação (EPC), promoveu um lançamento triplo: a sexta edição de “Paraíba na Literatura”; “A Menina de Cipango”; e “Brejo de Areia: memórias de um município”. O evento ocorreu ontem, na Livraria A União, no Espaço Cultural José Lins do Rêgo, em João Pessoa. As obras contemplam duas reedições, títulos de estreia da Coleção A União e uma compilação de perfis de autores paraibanos ou radicados no estado.

“A Menina de Cipango” foi lançado em 1994 pela própria Editora A União, como resultado da premiação de um concurso da então Subsecretaria de Cultura do Estado. Apesar das três décadas decorridas, alguns dos 14 contos continuam atuais, outros são registros daquela época.

“Mas a infância, em qualquer tempo, é a mesma. Os mesmos espantos, as mesmas alegrias, descobertas e iniciações”, defendeu a autora, Marília Arnaud. Para ela, o livro pode ser apreciado em todas as idades. “Pensa-se que é um livro infantojuvenil, mas pode ser lido em qualquer idade. Inclusive, os temas da segunda parte são mais fortes do que o da primeira”, acrescentou.

Marília Arnaud adiantou também que o livro está em processo de tradução nos Estados Unidos, mas ainda sem data de lançamento por lá. Por enquanto, a felicidade dela é ver esse título de volta às estantes por aqui. “Fico extremamente feliz e grata em ter o livro novamente nas livrarias. Estava esgotado há muito tempo”, disse.

“Brejo de Areia” também não é fácil de encontrar nas estantes. Peça cobiçada por colecionadores, nem mesmo a Prefeitura da cidade tinha um exemplar. “Em nome de Areia, agradeço. Distribuiremos esse livro em Areia, porque ele tinha desaparecido na cidade. Algumas pessoas conseguiram na internet a preço de ouro”, contou Sílvia Cunha Lima, prefeita do município.

O título de Horácio de Almeida foi lançado em 1958. Em 1979, ganhou uma reedição. Segundo o escritor Thélio Farias, responsável pelo texto de apresentação desta edição, Almeida traz uma visão nova sobre retratar a memória coletiva e a historiografia . “É um livro que foca não só na visão das elites, o que era costume de então, como também o cotidiano do povo, o viver do povo. Ele inaugura essa visão na Paraíba. É um livro essencial para entender não só a cidade de Areia, como o Brejo paraibano, o estado todo e até o Brasil”, argumentou.

Paraíba na Literatura VI

A sexta edição de “Paraíba na Literatura” traz mais de 20 perfis de nomes que escreveram ou escrevem a literatura do estado. Somados a outras edições, são mais de 120 biografados. O cordelista e repentista Oliveira de Panelas está na edição lançada ontem. “Recebi com muita alegria. Tudo aquilo que massageia nossa alma, deixa o ego feliz”, declarou.

De acordo com a diretora presidente da Empresa Paraibana de Comunicação (EPC), Naná Garcez, “essa é a melhor maneira de conservar o valor literário do escritor: incluí-lo em uma obra que vai permanecer com um perfil feito também por pessoas de valor, que são reconhecidos na nossa literatura, no meio acadêmico e cultural. É muito importante produzir essa memória, resgatando os que não estão mais aqui e os novos valores”, comentou.

Ela ressaltou também que a Coleção A União teve uma inspiração na década de 1980, quando o Governo Estadual buscava editar obras esquecidas ou esgotadas. “Nós retomamos essa ideia com duas pontas, o antigo [“Brejo de Areia”] e o novo [“A Menina de Cipango”]. Temos outros dois livros que estão sendo resgatados: “A Barragem”, de Ignez Mariz, e “Bolsos Vazios”, de Alírio Wanderley. É uma contribuição que se dá para manter a história da Paraíba e destacar a relevância desses escritores”, concluiu.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 13 de fevereiro de 2025.

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A União

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