Mais de 73 mil motoristas no RS circulam com exame toxicológico vencido

Mais de 73 mil motoristas do Rio Grande do Sul estão com o exame toxicológico vencido, conforme dados da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran). A exigência do teste é obrigatória para condutores habilitados nas categorias C, D e E e deve ser realizado a cada dois anos e meio.

O exame, que analisa amostras de cabelo, pelos ou unhas para detectar o uso de substâncias químicas, como drogas e certos medicamentos, pode resultar em multa de R$ 1.467,35, sete pontos na carteira de habilitação e até três meses de suspensão do direito de dirigir caso o prazo não seja cumprido.

Apesar da obrigatoriedade, muitos motoristas ignoram o prazo de renovação. O médico toxicologista Alvaro Pulchineli explica que o exame é sensível e impossível de ser burlado, garantindo a detecção do uso de substâncias. Até o momento, cerca de 54 mil condutores já foram autuados pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran-RS) por estarem com o exame vencido. O Detran notifica os motoristas, mas isso só ocorre se o condutor tiver autorizado o recebimento de mensagens durante o processo de renovação da CNH.

Em 2023, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) fiscalizou mais de 108 mil veículos de carga nas rodovias federais do Estado e aplicou 235 multas por exame toxicológico vencido. Segundo o coordenador do programa SOS Estradas, Rodolfo Rizzotto, o alto número de motoristas irregulares reflete as condições de trabalho, como o uso de substâncias para suportar longas jornadas de trabalho.

A falta do exame em dia é considerada um risco à segurança nas estradas, pois o uso de drogas e álcool pode alterar o comportamento do motorista, aumentando o risco de acidentes. O presidente da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego no RS (Abramet-RS), Ricardo Hegele, alerta que esse comportamento agressivo na direção, aliado ao excesso de velocidade, é um dos principais causadores de sinistros de trânsito.

Exemplos trágicos, como o acidente em Candiota, no Sul do Estado, no qual um motorista embriagado e com o exame vencido causou a morte de um policial rodoviário e de um passageiro de caminhão, destacam as consequências graves do descumprimento da exigência.

Para motoristas profissionais, como caminhoneiros, a manutenção do exame em dia é vista como uma responsabilidade crucial para garantir a segurança no trânsito e evitar penalidades.

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