Coco de Sousa: produto gera oportunidade de crescimento no ambiente de negócios e torna-se referência no mercado

Siga @radiopiranhas

Considerado como um dos principais frutos da cadeia produtiva econômica na região do sertão paraibano, o coco de Sousa tem gerado oportunidade de renda e fortalecido o ambiente de negócios a partir da comercialização e divulgação do produto no mercado.
A produção do coco anão se concentra em parte no perímetro irrigado do Distrito de São Gonçalo, em um ambiente de 1,2 mil hectares, com 350 já em fase de produção, e na área das Várzeas de Sousa, com 300 hectares, ambas localidades pertencentes ao município de Sousa, na região sertaneja. “Temos aqui um dos espaços de maior produção do nosso estado. O coco anão, que é produzido em nossa área, ele é destinado basicamente para o consumo in natura, ou seja, da água e o Brix dele é um dos melhores do país”, explica Francisco Bernardino, presidente da Junta de Usuários de Água do Perímetro Irrigado de São Gonçalo (JUSG).
O Brix citado pelo presidente da JUSG é uma medida que serve para aferir a qualidade de sólidos solúveis, principalmente em açúcar, presente na fruta. Quanto maior for o Brix, mais doce e de melhor qualidade é a fruta. Ainda de acordo com Francisco Bernardino, os fatores naturais do ambiente como a altitude e o tipo de solo, associado a luminosidade do sol colaboram para o desenvolvimento do plantio e a qualidade do produto.
“Em 2012 chegamos a produzir dois mil hectares nessa área, mas depois houve uma queda por causa da longa estiagem e estamos retomando agora com objetivo de recuperar essa marca. Essa produção chegou a render até 26 carradas de coco verde por dia, representando cada carrada cerca de sete mil cocos, que eram transportados para comercialização nas regiões do sul e centro-oeste do país”, complementa.
O produtor de coco anão, Augusto Arnaud, atua neste setor produtivo há 20 anos e revela que além do bom rendimento, o investimento tem o propósito de contribuir com o desenvolvimento da cultura do coco na região. “O meu plantio tem cerca de dez hectares e associado ao coco verde tenho também a planta da goiaba. É uma alternativa de geração de renda”, destaca.
Augusto Arnaud explica ainda que 90% da produção do coco verde é transportada para outros estados, enquanto 80% do coco maduro permanece na região e garante o abastecimento de indústrias que trabalha com produtos derivados do coco. “O coco se aproveita de tudo, porque ele verde tem água, maduro fornece aquilo que a indústria precisa e seco serve também para desenvolver outras mudas. Até mesmo o bagaço é aproveitado para incinerar usinas ou caldeiras”, conclui.
Reginaldo Pereira da Silva também é produtor. Ele diz que a cultura do coco em Sousa faz parte do contexto histórico e econômico da região. Com quase 30 anos de experiência no campo, o produtor enfatiza que o setor colabora de forma positiva com o ambiente de negócios. “Já trabalhei com outras culturas como a banana e a melancia, só que a segurança da renda vem da produção do coco. Nossa região favorece bastante esse setor produtivo e financeiramente é melhor”, enfatiza.
O analista técnico do Sebrae/PB, Fabrício Vitorino, explica que a cultura do coco é uma das marcas mais fortes e presentes em Sousa. “Essa cultura tem uma representatividade significativa nos aspectos econômico, social e cultural para Sousa e região. Pois contribui de forma efetiva na geração de trabalho e da renda, não apenas pela produção e comercialização, mas com a industrialização de seus subprodutos”, lembrou.
Ao destacar o trabalho da instituição no setor produtivo, Fabrício Vitorino comenta que o Sebrae vem acompanhando os produtores por meio da execução do projeto Agropolo Vale dos Dinossauros. “Estamos trabalhando essa cadeia produtiva e buscando agregar novas tecnologias para a melhoria da produção e da produtividade. Buscar também novos canais de comercialização do produto. Além dessa iniciativa, o Sebrae e parceiros estão retomando a discussão para pleitearmos a IG do coco de Sousa, em busca da Indicação de Procedência (IP), que é uma certificação importante para agregar mais valor ao produto”, disse.

@politicaetc

source

Adicionar aos favoritos o Link permanente.