Rombo das estatais federais dispara em 2024 e atinge R$ 6,7 bilhões, o maior da história

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O rombo das estatais federais brasileiras atingiu R$ 6,7 bilhões em 2024, um salto de mais de dez vezes em relação ao déficit de R$ 656 milhões registrado em 2023. O dado foi divulgado nesta sexta-feira (31) pelo Banco Central (BC) e representa o maior déficit da história. Quando somadas as estatais estaduais e municipais, o buraco chega a R$ 8 bilhões, superando os R$ 2,3 bilhões do ano anterior.

O Banco Central calcula esse valor com base na necessidade de financiamento do setor público, considerando a diferença entre as receitas e despesas das estatais. O indicador ganhou destaque nos últimos meses em meio à pressão de economistas e investidores por medidas de contenção de gastos e redução da dívida pública.

Governo critica metodologia do Banco Central

O Ministério da Gestão, chefiado por Esther Dweck, questiona a forma de cálculo do BC. Segundo a ministra, o número divulgado não representa, necessariamente, um prejuízo contábil, pois inclui investimentos de longo prazo financiados com recursos acumulados em anos anteriores. Dweck afirmou que, de fato, apenas sete estatais estariam no vermelho, embora as demonstrações financeiras consolidadas de 2024 só devam ser publicadas no segundo semestre.

O Brasil possui 123 estatais federais, das quais 17 são dependentes do Tesouro Nacional e 44 são independentes, com receita própria. O restante inclui subsidiárias de grandes estatais, como o Banco do Brasil e a Petrobras.

Maiores prejuízos em 2023 servem de alerta

Embora o governo minimize o impacto do rombo de 2024, o histórico recente mostra um quadro preocupante. Em 2023, 27 estatais federais registraram prejuízos contábeis que somaram R$ 5,3 bilhões. As dez empresas mais deficitárias concentraram 90% desse valor, destacando-se:

  • PNBV (Petrobras Holanda): prejuízo de R$ 1,3 bilhão
  • Codevasf: perdas de R$ 1,2 bilhão
  • Correios: déficit de R$ 597 milhões

Dívida pública em alta e alerta para o futuro

Apesar da comemoração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela redução do déficit primário do governo central para 0,09% do PIB, os dados do BC mostram que o cenário fiscal continua desafiador. A Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) fechou 2024 em 76,1% do PIB, equivalente a R$ 9 trilhões, com tendência de alta, segundo especialistas.

O impacto do rombo das estatais na trajetória da dívida pública acende um alerta para a necessidade de ajustes fiscais mais robustos. O governo, no entanto, insiste que o foco deve ser o crescimento econômico e que o aumento do déficit está relacionado a investimentos estratégicos.

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Fonte : Conexão Politica

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