História, informação e patrimônio cultural

Siga @radiopiranhas

digitalizar0015.jpg
Extinto prédio-sede de A União que era situado na Praça João Pessoa, entre a Praça 1817 e a Rua Duque de Caxias | Foto: Arquivo A União

Fundado em 2 de fevereiro de 1893, durante o governo do areiense Álvaro Lopes Machado, o Jornal A União nasceu com o intuito de harmonizar as diferentes correntes políticas e sociais que se enfrentavam no estado e em todo o país, com a passagem do Império à República. Em seu primeiro editorial, o jornal afirmava claramente sua missão: “É uma folha política, um jornal de partido que apresentamos hoje ao público”, deixando explícito seu papel como instrumento de conciliação e persuasão.

Ao longo de seus 132 anos de existência, A União não apenas sobreviveu às turbulências da política e da sociedade, mas se renovou para se tornar um dos principais veículos de comunicação, colecionando publicações marcantes da história do país e do mundo. Entre elas, destaca-se a cobertura do ataque terrorista às Torres Gêmeas do World Trade Center, no dia 11 de setembro de 2001, em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Na época, o jornal circulava em edição vespertina e, por isso, foi um dos poucos jornais no mundo a exibir, na capa, imagens do atentado enquanto o evento ainda se desenrolava.

A União também se destacou na cobertura de momentos políticos decisivos, como a tentativa de assassinato contra Tarcísio Burity, antecessor do então governador Ronaldo Cunha Lima, em 1993, e o impeachment do então presidente do Brasil, Fernando Collor de Melo, em 1992. Para William Costa, diretor de Mídia Impressa da Empresa Paraibana de Comunicação (EPC), uma das características mais fortes do jornal é sua capacidade de renovação. “A força de A União está na sua capacidade de se adaptar e se reinventar. Ele segue sendo um veículo fundamental de expressão e de defesa dos interesses da nossa gente, mantendo-se contemporâneo sem abrir mão de sua história e tradição”, ressalta.

Foi essa capacidade de se reinventar, inclusive, que levou A União a se destacar como um dos maiores defensores da cultura e da arte locais. Hoje, o jornal integra um conjunto maior de produtos e serviços, incluindo a Gráfica, a Editora, a Imprensa Braille, o Diário Oficial e a revista Correio das Artes, que se destaca como o suplemento literário mais antigo em circulação no Brasil.

Há exatos dois anos, a Livraria A União também abria suas portas para ser mais do que um local de venda de livros, mas um ponto de encontro da cultura, como reforça a diretora-presidente da EPC, Naná Garcez. “A Livraria A União é um espaço que vai além da venda e lançamento de livros. É um verdadeiro ponto de encontro para aqueles que acreditam na importância da cultura e da literatura como meios para conectar as pessoas. Aqui, não apenas celebramos a leitura, mas também fomentamos o diálogo, a troca de ideias e o fortalecimento da nossa identidade cultural”, comemora.

Com uma trajetória de adaptação, conquistas e reinvenções, A União segue como um patrimônio cultural da Paraíba, reafirmando seu compromisso com a história, a valorização da cultura e a informação de qualidade.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 02 de janeiro de 2025.

source
Fonte

A União

Adicionar aos favoritos o Link permanente.