Traços que revivem a história da cidade

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Imagem: Divulgação/Tamarindo

A história da Paraíba foi transposta para os quadrinhos em pelo menos duas ocasiões, ambas parcerias de pais e filhos: Deodato Borges e Mike Deodato; Emilson e Emir Ribeiro. Uma nova empreitada em HQ lança outro olhar sobre o estado, partindo da capital, que completa 440 anos em 2025: João Pessoa, uma Cidade em Quadrinhos conta com texto do historiador José Octávio de Arruda Melo e desenhos do ilustrador Edi Guedes. O livro tem lançamento amanhã, às 18h, na Livraria do Luiz, no MAG Shopping, também em João Pessoa.

A obra que inaugura selo editorial Tamarindo, da Livraria do Luiz, deve dar início a uma série de lançamentos similares, que trarão a história de outros municípios paraibanos. Desta vez, a ponte entre a pesquisa acadêmica e o traço do artista foi feita pelo escritor Luiz Antônio Paiva, que trabalhou na adaptação do produto em prosa. A empreitada é um projeto pessoal de Ricardo e Janaína Pinheiro, à frente da livraria.

Dentre os locais que ganharam traços de HQ, estão a Praça Antenor Navarro e o Pavilhão do Chá. Alguns dos desenhos reproduzem uma paisagem urbana que não existe mais, a exemplo do bonde que cortava o Ponto de Cem Réis no século passado.

Edi Guedes trabalha há 15 anos no mercado das artes visuais, mas nunca havia ilustrado a Paraíba. “Estou há algum tempo sem publicar quadrinhos. Esse livro traz uma maior visibilidade para o meu trabalho e me dá a oportunidade de representar fatos históricos importantes”, pontua. 

A equipe da Livraria do Luiz assevera que turistas comumente frequentam a unidade do MAG Shopping, aproximando-se de escritores locais e de outras obras que remontam o passado da capital. Mas Jéssica Queiroz, assistente editorial da Tamarindo, ressalta que o objetivo principal de Uma Cidade em Quadrinhos é promover a história local junto aos alunos da rede pública de ensino. “Desde o começo, os estudantes estavam em nosso horizonte. Pretendemos apresentar o livro a autoridades, para que ele se torne um livro didático ou paradidático nas escolas”, assevera.

José Octávio, o autor, acalenta interesse pela história desde que era estudante do Liceu Paraibano. Ele recorda com carinho as lições que recebeu do professor Aníbal Moura, que o acompanhou durante quase toda a sua carreira escolar, além de suas outras fontes. “No Liceu, tínhamos uma biblioteca razoável, mas tirei grande ‘vantagem’ do meu irmão, Otinaldo, e do cinema. Aqui tínhamos grandes salas, como o Rex e o Plaza, que exibiam filmes sobre a Segunda Guerra Mundial e a guerra fria”, rememora.

Celebrando o livro que chega a público logo mais, o autor afirma que o projeto perfaz uma ação fundamental para os jovens, a partir da possibilidade que ele aventa — ser uma fonte a mais de estudos, caso a obra passe a circular em instituições escolares. “Alguns alunos entram no Ensino Superior sem ter uma base ou uma formação concreta. Isso precisa ser trabalhado antes, quando o adolescente ainda está no Ensino Fundamental e Médio”, conclui.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 29 de janeiro de 2025.

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A União

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