Megaoperação policial mira tráfico de drogas, extorsão e agiotagem

Numa ação coordenada pela 1ª Delegacia de Polícia de Canoas, a Polícia Civil desencadeou na manhã desta terça-feira, dia 9, a Operação Paranhos, visando desarticular um grupo criminoso suspeito de envolvimento com tráfico de drogas, extorsão e agiotagem. A operação resultou no cumprimento de 102 ordens judiciais, incluindo 28 mandados de prisão preventiva, 44 de busca e apreensão, e 30 bloqueios de ativos financeiros, com a mobilização de aproximadamente 250 policiais.

A investigação, que teve início há oito meses, revelou a atuação de uma facção criminosa que, além de fornecer suporte logístico e financeiro, encarregava-se da cobrança de dívidas através de ameaças e violência. Essa operação é um desdobramento da Operação Extorsor, que anteriormente levou à prisão de 20 indivíduos por práticas similares de extorsão e agiotagem, e mira agora na fonte de recursos desses agiotas, vinculada ao tráfico de drogas.

Os mandados foram executados não só em Canoas, mas também em diversas cidades da Região Metropolitana, como Portão, São Sepé, Estância Velha, São Leopoldo, Novo Hamburgo e Viamão, além de em três presídios. Até as primeiras horas da manhã, 19 pessoas haviam sido detidas.

O delegado Cristiano Reschke, diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana, enfatiza a complexidade da operação, destacando a análise de cerca de 70 mil documentos, que ajudaram a identificar cerca de 30 indivíduos envolvidos com o tráfico de drogas, especialmente no Bairro Rio Branco, em Canoas. Entre março e julho de 2023, a associação criminosa movimentou aproximadamente R$ 3 milhões em atividades ilícitas, reforçando o apoio a agiotas atuantes na região.

Reschke também ressalta o aumento do recurso aos agiotas após a pandemia, especialmente entre pequenos empresários e comerciantes em dificuldades financeiras, evidenciando um ciclo vicioso de empréstimos impagáveis e ameaças.

A Operação Paranhos marca um passo significativo no combate ao crime organizado na Região Metropolitana, destacando a importância da colaboração interagencial e da comunidade na luta contra o tráfico de drogas e atividades correlatas.

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