Motorista que causou acidente com 39 mortes em MG usou cocaína e ecstasy, aponta exame

O motorista da carreta envolvida no trágico acidente que deixou 39 mortos na BR-116, em Teófilo Otoni (MG), usou cocaína, ecstasy e outras drogas antes da batida, segundo exame toxicológico realizado dois dias após o ocorrido, em 23 de dezembro. Arilton Bastos Alves, condutor do veículo, foi preso no Espírito Santo nesta terça-feira (21), após decisão judicial que determinou sua prisão preventiva.

De acordo com a análise pericial, além de cocaína e ecstasy, foram encontrados MDA, alprazolam e venlafaxina no organismo do motorista. Os peritos concluíram que ele consumiu “cocaína e álcool etílico concomitantemente”. A Justiça também apontou que Alves tinha o hábito de dirigir sob o efeito de álcool, o que já havia resultado na suspensão de sua habilitação em 2022.

O acidente, ocorrido em 21 de dezembro, envolveu um ônibus de viagem, uma carreta que transportava blocos de granito e um carro. O segundo semirreboque da carreta tombou, invadiu a contramão e provocou o desprendimento de um bloco de granito que colidiu com o ônibus, causando a tragédia.

Excesso de peso e velocidade
A decisão judicial destaca ainda que a carreta transportava uma carga com peso total de 91,2 toneladas, quase o dobro do permitido pela legislação. Além disso, o veículo trafegava a mais de 90 km/h em um trecho onde o limite era de 80 km/h, chegando a atingir 132 km/h durante a viagem.

O juiz Danilo de Mello Ferraz, da 1ª Vara Criminal de Teófilo Otoni, afirmou que a conduta do motorista não foi um simples descuido, mas uma “deliberada assunção de risco”, agravada pelo uso de drogas e pelas condições impróprias da carga.

Defesa do motorista
Em nota, a defesa de Arilton Bastos Alves afirmou que está surpresa com o decreto de prisão preventiva e que tomará as providências necessárias para assegurar o direito de defesa e o devido processo legal.

Investigações desmentem versão inicial
Inicialmente, cogitou-se que o acidente teria sido causado pelo estouro de um pneu do ônibus, mas testemunhas e peritos descartaram essa hipótese. Segundo a investigação, o excesso de peso e a alta velocidade da carreta foram determinantes para o acidente.

A tragédia na BR-116 gerou comoção nacional e reacendeu o debate sobre a fiscalização de veículos de carga e o consumo de substâncias por motoristas profissionais. O caso segue em apuração.

The post Motorista que causou acidente com 39 mortes em MG usou cocaína e ecstasy, aponta exame appeared first on Agora No Vale.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.