Sogro de mulher suspeita de envenenar bolo também ingeriu arsênio antes de morrer, aponta perícia

A perícia confirmou que Paulo Luiz dos Anjos, sogro da mulher presa por suspeita de envenenar um bolo que matou três pessoas em Torres (RS), também ingeriu arsênio antes de sua morte. Paulo morreu em setembro de 2024, após consumir bananas e leite em pó levados pela nora à sua casa, em Arroio do Sal, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul. As informações são do g1.

A constatação foi feita pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP) após a exumação do corpo realizada na quarta-feira (8). A mulher já é investigada por suspeita de envenenar o bolo de Natal, que causou a morte de três pessoas, além de deixar sua sogra, Zeli dos Anjos, hospitalizada. Zeli é a esposa de Paulo e foi quem preparou o bolo.

Exumação foi solicitada após suspeitas de envenenamento no Natal

O corpo de Paulo Luiz dos Anjos estava sepultado em Canoas, onde ele residia com a esposa. A Polícia Civil solicitou ao Instituto-Geral de Perícias (IGP) a exumação do corpo após suspeitar que Paulo também pode ter sido vítima de envenenamento, hipótese levantada durante as investigações do caso do bolo de Natal. O resultado da análise pode confirmar essa suspeita.

Na época da morte de Paulo, Zeli também passou mal. Dias antes, em agosto, a suspeita pelo envenenamento, acompanhada do marido e do filho, visitou o casal e levou produtos como flores, leite em pó, farinha, bananas e produtos de limpeza. Esses itens agora estão sendo analisados no contexto das investigações.

Triplo homicídio e tentativa tripla

O bolo envenenado que matou três pessoas no Natal foi preparado por Zeli. O doce foi levado para a festa de fim de ano familiar, realizada no Litoral Norte do Rio Grande do Sul. Segundo o Instituto-Geral de Perícias (IGP), a farinha usada na receita estava contaminada com arsênio. O veneno já havia sido detectado nos corpos das vítimas durante o atendimento médico.

A suspeita pelo envenenamento está atualmente detida no Presídio Estadual Feminino de Torres. Ela responde às acusações de triplo homicídio duplamente qualificado e tripla tentativa de homicídio duplamente qualificada. A investigação aponta que ela teria utilizado a substância de forma premeditada para cometer os crimes.

Uma perícia no celular da acusada revelou que ela realizou mais de 100 buscas na internet por termos como “veneno para o coração” e “veneno para humanos”. As pesquisas foram feitas em 18 de novembro, enquanto ela estava na casa da sogra, e incluíam conteúdos relacionados ao arsênio.

Relembre o caso

Segundo a Polícia Civil, no dia 23 de dezembro de 2024, sete pessoas da mesma família estavam reunidas em uma casa em Torres (RS) para um café da tarde quando começaram a passar mal. Apenas uma delas, que não consumiu o bolo, não apresentou sintomas. Zeli, que preparou o alimento em Arroio do Sal e o levou para o encontro, também foi hospitalizada.

Três mulheres morreram em poucas horas. Tatiana Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva sofreram parada cardiorrespiratória, segundo o hospital. Já Neuza Denize Silva dos Anjos teve a causa da morte registrada como “choque pós-intoxicação alimentar”.

De acordo com o delegado que conduz o caso, Zeli foi a única a consumir duas fatias, apresentando a maior concentração do veneno no sangue.

Briga de 20 anos atrás pode ter motivado crime

Conforme a investigação policial, a relação entre a suspeita e Zeli dos Anjos, era conturbada desde o início, em um convívio que já durava cerca de 20 anos. Apesar disso, a motivação para o crime ainda não está clara.

A Polícia Civil não revelou detalhes sobre quem seria o alvo principal da mulher ao envenenar a farinha utilizada no bolo, nem quando ou onde ela adquiriu o arsênio usado no crime. As investigações continuam em andamento para esclarecer essas questões.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.