Empresário de Lajeado testa seus limites em expedição ao Cume do Aconcágua

Empreendedor que reconstruiu a ponte entre Lajeado e Arroio do Meio em 15 dias encara temperaturas de até -30°C na montanha mais alta das Américas

O empresário Roberto Lucchese, de Lajeado (RS), famoso por investir recursos próprios para reconstruir a ponte de ferro que liga Lajeado a Arroio do Meio em apenas 15 dias, está em mais uma aventura de tirar o fôlego. Desta vez, ele participa de sua 5ª expedição de alta montanha, tendo no currículo duas investidas ao Everest, duas ao Equador e agora mais uma na Argentina, somando dez anos de experiência nesse tipo de desafio extremo.

Diretamente do Campo 2 do Aconcágua, a cerca de 5.500 metros de altitude, Lucchese concedeu entrevista falando sobre as dificuldades enfrentadas na expedição, seus objetivos pessoais e como a família lida com essa paixão arriscada.

A conexão de Roberto Lucchese com Lajeado

Lucchese não é apenas um apaixonado por montanhas. Ele se tornou conhecido na região do Vale do Taquari por um grande feito:

• Em apenas 15 dias, reconstruiu a ponte de ferro que liga Lajeado a Arroio do Meio;
• O investimento de R$ 2 milhões saiu do próprio bolso;
• A obra foi essencial para restabelecer a ligação entre as cidades, beneficiando moradores, comerciantes e o fluxo na região.

Esse espírito de superação, que se mostrou no compromisso de reconstruir a ponte, reflete também a determinação de Lucchese em enfrentar expedições de alta montanha — mesmo diante de riscos extremos e condições adversas.

A expedição ao Aconcágua

Localizado na Cordilheira dos Andes, o Aconcágua é a montanha mais alta das Américas, com quase 7 mil metros de altitude. Reconhecida pela imponência, ela atrai alpinistas do mundo inteiro que buscam testar seus limites físicos e mentais.

Desafios de subida

• Temperaturas Extremas: Podem chegar a -30°C ou até menos, dependendo das condições climáticas;
• Forte Vento: Um dos principais fatores de risco, capaz de derrubar barracas e causar hipotermia;
• Acampamentos de Altitude: Os montanhistas precisam carregar equipamentos (barracas, utensílios de cozinha, alimentos) e muitas vezes derretem neve para beber água;
• Raridade de Oxigênio: A altitude elevada exige aclimatação gradual, o que prolonga a expedição por até 15 dias.

Equipe e logística

Roberto Lucchese explica que a jornada demanda cuidado e preparo:

“Temos que derreter neve para beber água, trazer toda a comida, montar barracas… A cada dia subimos gradualmente. Estamos a uns dez dias de expedição, entre subir e voltar mais três dias, totalizando de 15 a 16 dias.”

A previsão da equipe é alcançar o cume nos próximos dois dias, se as condições meteorológicas permitirem. Após isso, inicia-se o processo de descida, que pode ser igualmente desafiador.

Motivação e desafios pessoais

Para Lucchese, encarar o Aconcágua significa provar para si mesmo que é capaz de ultrapassar barreiras físicas e mentais. Ele ressalta que se dedica intensamente ao trabalho e à família durante o ano, mas precisa desses momentos de aventura para recarregar as energias:

“Minha esposa não gosta, quer que eu esteja pertinho. Mas eu sou um cara que me dedica muito ao trabalho, muito à família, e esse é o meu momento de hobby. Tem gente que anda de moto, eu curto escalar.”

Além disso, ele deseja inspirar outras pessoas em Lajeado, no Rio Grande do Sul e em todo o Brasil a ter coragem de enfrentar desafios. Segundo Lucchese, “pessoas comuns, como nós, podem alcançar grandes objetivos”.

Riscos na montanha

• Hipotermia: Em baixas temperaturas, o corpo perde calor rapidamente, exigindo roupas especiais e abrigo adequado;
• Mal-Agudo de Montanha: A altitude pode causar enjoos, dores de cabeça, falta de ar e até complicações graves, como edema pulmonar;
• Ventania: Ventos fortes podem atingir velocidades altíssimas nas encostas do Aconcágua, dificultando a escalada e tornando o trajeto perigoso;
• Condições Climáticas Instáveis: Mudanças bruscas de tempo podem obrigar expedições a recuar ou estender a estadia nos acampamentos.

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