Governo Lula gastará até R$ 50 milhões em campanha para reafirmar que não quis taxar o Pix

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva prepara uma campanha publicitária que pode custar até R$ 50 milhões para esclarecer que a Instrução Normativa da Receita Federal, relacionada ao monitoramento de movimentações financeiras via Pix, não tinha como objetivo taxar as transações. A medida, que previa o acompanhamento de valores acima de R$ 5 mil para pessoas físicas e R$ 15 mil para pessoas jurídicas, gerou ampla repercussão negativa nas últimas semanas.

Reunião com Agências de Publicidade

Segundo informações do jornal O Globo, uma reunião entre integrantes do Palácio do Planalto e as quatro agências de publicidade que prestam serviços ao governo federal – Calia, Nacional, Propeg e Nova – ocorrerá nesta segunda-feira (20).

O pacote de propaganda foi encomendado na última sexta-feira (17), após o governo recuar e revogar a instrução normativa. O objetivo da campanha é reforçar a narrativa de que o governo não pretendia taxar o Pix, buscando controlar os danos causados pela polêmica.

Gasto Milionário e Reação a Críticas

Além do alto custo da campanha, o governo tem reagido duramente contra parlamentares e figuras públicas que criticaram a instrução normativa. O foco principal das críticas governamentais recai sobre o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), cuja publicação sobre o tema viralizou nas redes sociais, acumulando mais de 200 milhões de visualizações.

Na quinta-feira (16), o presidente Lula editou uma medida provisória que estabelece multas para quem cobrar taxas extras sobre pagamentos feitos via Pix, em uma tentativa de reforçar a defesa do sistema de pagamento e afastar rumores sobre taxações.

CPI do Pix e Projetos de Lei

Parlamentares alinhados ao governo, como André Janones (Avante-MG) e Guilherme Boulos (PSOL-SP), tomaram medidas contra opositores que divulgaram informações sobre a polêmica.

  • André Janones propôs a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a atuação de Nikolas Ferreira, senadores como Magno Malta (PL-ES), e publicitários envolvidos, como Duda Lima, responsável por campanhas de Jair Bolsonaro em 2022 e do atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB).
  • Guilherme Boulos, por sua vez, pretende apresentar um projeto de lei para criminalizar a divulgação de informações que o governo considere falsas sobre temas de economia popular.

Nikolas Ferreira e o Vídeo Viral

No vídeo que gerou a polêmica, Nikolas Ferreira afirma que “o Pix não vai ser taxado”, mas aponta que o monitoramento proposto pela Receita Federal poderia abrir margem para uma futura taxação. Esse ponto foi apontado pelo governo como desinformação, gerando reações contundentes por parte de aliados do Planalto.

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