Famílias denunciam falta de remédio para tratar anemia falciforme em Feira de Santana


Cerca de 40 crianças estão sem usar a medicação, pois o Ministério da Saúde não faz o encaminhamento do produto há quatro meses. Remédio não é distribuído há mais de quatro meses.
Reprodução/TV Subaé
Mais de 40 crianças, entre zero e cinco anos, estão sem uma das medicações utilizadas no tratamento de Anemia Falciforme, em Feira de Santana, a 100 km de Salvador. De acordo com a Associação Feirense de Pessoas com Doença Falciforme, há mais de quatro meses o Ministério da Saúde não encaminha ao município o remédio Pen-ve-oral, que é distribuído de forma gratuita.
O pe-ven-oral é um antibiótico utilizado pelos pacientes com anemia falciforme, precisam fazer a prevenção contra o germe Streptococcus.
“A última vez que os pacientes receberam o medicamento foi no início de outubro. Procuramos a Secretaria de Saúde do estado, mas não tivemos retorno e denunciamos a situação ao Ministério Público, explica o vice-presidente da Associação, Fabrício Cabral.
Uma das alternativas é comprar o medicamento, que custa, em média, R$35. No mês, segundo Fabrício, são utilizados cinco a seis frascos.
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O pequeno João Paulo de Oliveira, de 4 anos, é uma das crianças que não está recebendo o Pe-Ven-Oral. O diagnóstico veio ainda nos primeiros dias de vida, durante o teste do pezinho e, desde então, ele faz o uso do medicamento. Sem a distribuição gratuita, a mãe dele, Meirijane de Oliveira, que está desempregada, conta como tem feito para adquirir o remédio para a criança.
“Eu não trabalho, não recebo auxílio meu esposo que trabalho como auxiliar de serviços gerais arca com todas as despesas. É custo de R$150, em média, todo mês, porque meu filho usa cinco frascos, além de outros medicamentos que são necessários também”, conta.
Item utilizado nos curativos de úlceras crônicas também estão em falta
Além do medicamento, as coberturas especiais utilizadas nos curativos para os pacientes com úlceras crônicas em decorrência da Anemia Falciforme também estão em falta. Essas, de acordo com o vice-presidente do Associação, são de responsabilidade o município.
“Esses itens estão em falta há mais de dois anos. Também já denunciamos isso ao Ministério Público. Sempre que procuramos a Prefeitura, temos o que retorno de que está em licitação”, conta.
Sem o material gratuito, é preciso comprar o material em casas hospitalares, dependendo da marca varia de R$50 a R$100.
Sobre a falta de remédio, o Ministério da Saúde e a Prefeitura Municipal de Feira de Santana foram procurados, mas não responderam até a publicação desta matéria. O Ministério Público também não informou sobre o andamento do caso.
O filho de Meirijane é uma das crianças que está sem receber a medicação gratuita.
Reprodução/TV Subaé
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