Já havia desistido do Sesi na coluna do último dia 22 de março.
Para ser mais específico, da volta dos jogos de futebol.

Mas a especulação sobre a compra do complexo esportivo, potencializada, na véspera da visita do governador, pelos “furos” da Imprensa, mexeu com meu instinto de repórter.
Estava sentindo falta da adrenalina e da competividade que uma entrevista coletiva, bastante concorrida e aguardada, produz.
Precisava estar lá.

Fui o primeiro a abordar Jorginho Mello, como mostra a foto acima.
Acredito que frustrei a expectativa de muita gente.
Pois logo de cara perguntei se o “cheque de R$ 30 milhões seria assinado hoje e se a negociação estaria sacramentada”.

A resposta sobre a a visita técnica, seguida de tratativas com a Fiesc para a troca ou permuta de um terreno em Joinville, que pertence ao Estado e fica ao lado de um instituto tecnológico do Senai, foi desoladora.
Especialmente para quem não faz parte do mundo político.
Com suas costuras e arranjos.
Ainda mais em ano de eleição.

Lamento pelas crianças.
Sinto pelos atletas.

Que perderam seu precioso tempo.
Poderiam estar estudando, treinando.

Há tempos não via o esporte tão mobilizado.
Houve uma convocação geral.
De todas as modalidades.
E de uma penca de comissionados.

Só não entendi porque essa galera não compareceu na Audiência Pública na Câmara, que debateu a municipalização.
Talvez pelo futebol ter sido o assunto que predominaria a sessão (e de fato, foi), me disse uma pessoa ligada indiretamente ao esporte.

A leitura que faço é que pessoas com trânsito e influência nos bastidores já sabiam que o governador faria essa visita ao Sesi.
E que existe uma espécie de acordo para isolar o futebol, em sua luta inócua para voltar a usar o estádio.

Aliás, ninguém me tira da cabeça, que aquele outdoor instalado em dezembro na rua das Palmeiras pode ter, de alguma maneira, uma parcela de culpa pelo desdém.

Avistei na terça-feira (2) dirigentes e torcedores do Metropolitano.
Do Blumenau, ninguém.
Por conta de um compromisso em Joinville, onde mora, o presidente não compareceu.
Caio Roberto me disse, na entrevista que me concedeu, ao lado do presidente do Metropolitano Valdair Matias, no Balanço Geral da NDTV, que o clube enviou representante.
Sinceramente, não vi.

Após o “adiamento” da municipalização vi uma galera nas redes sociais cobrando o governador e por extensão, o prefeito.
Soube que Jorginho Mello propôs parcelar os R$ 30 milhões em 12 vezes – a contrapartida da prefeitura é de R$ 1,3 milhão.
A Fiesc não topou.
Quer o valor na íntegra.

Também li críticas sobre o abandono do governo do Estado em Blumenau.
Que não está fazendo jus aos 153.543 votos (75,49%) que recebeu no 2º turno, contra os 49.842 votos (24,51%) de Décio Lima.
Não condiz com a realidade.
Estratégica e calculadamente, o ex-senador está despejando grana por aqui.

Em agosto do ano passado, anunciou um investimento de R$ 7 milhões para três hospitais.
Também formalizou um termo de convênio de R$ 5 milhões para a aquisição de um aparelho de ressonância magnética no Hospital Santo Antônio.

Em fevereiro aportou R$ 24.724.466,10 na obra de reurbanização da Margem Esquerda do Rio Itajaí Açu (a parte do poder público é de R$ 3.273.746,56).

Na última segunda-feira (1º) assinou o repasse de R$ 2,8 milhões para o balizamento noturno no Aeroporto Regional (Quero-Quero).
Nessa conta dá para incluir os R$ 2,5 milhões do cercamento do terminal, já concluído em 2023.
E os R$ 7 milhões da revitalização da pista (R$ 800 mil são do município).

Liberou no dia seguinte um aporte do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) de R$ 67 milhões.
R$ 50 milhões para prevenção de desastres e R$ 17 milhões para pavimentação e recapeamento de ruas.

O homem foi até generoso com o esporte (o futebol nessa sua visita foi um mero e pobre coadjuvante).
Via Fesporte (que ainda não resolveu a pendência com os times de vôlei), repassou R$ 1,1 milhão para a realização de duas competições:
R$ 700 mil para os Jogos Paradesportivos de Santa Catarina (Parajasc), de 27 de maio a 1º de junho.
E R$ 400 mil para os Jogos Escolares de Santa Catarina (Jesc), de 13 a 18 de julho.

Estamos falando de R$ 117 milhões e 400 mil reais.
De todo modo, não apaga o teatro interpretado na rua Itajaí.
Que apenas ratificou o quanto a régua (sarrafo ou nível, como queiram) do nosso esporte baixou.

Mas não vamos nos desanimar.
Em breve, “na hora certa”, Blumenau vai receber o seu “presente”.
Tão aguardado.
Tão suplicado.

Emerson Luis é jornalista. Completou sua graduação em 2009 no Ibes/Sociesc. Trabalha com comunicação desde 1990 quando começou na função de repórter/setorista na Rádio Unisul – atual CBN. Atualmente é apresentador, repórter, produtor e editor do quadro de esportes do Balanço Geral da NDTV Blumenau. Na mesma emissora filiada à TV Record, ainda exerce a função de comentarista, no programa Clube da Bola, exibido todos os sábados, das 13h30 às 15h. Também é boleiro na Patota 5ª Tentativa.


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