La Niña persiste e pode causar estiagem no RS

O fenômeno climático La Niña, que se caracteriza por temperaturas abaixo da média no Oceano Pacífico, já completou um mês de durabilidade e deve continuar impactando o clima global, incluindo o Brasil, nas próximas semanas.

O fenômeno, que é resultado de uma interação complexa entre o oceano e a atmosfera, tem afetado a temperatura da superfície do mar no Pacífico Equatorial Central-Leste, região chave para a definição do evento. Embora ainda não tenha sido oficialmente declarado pela NOAA (Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos EUA), meteorologistas de todo o mundo, incluindo a MetSul, afirmam que o La Niña começou de forma marginal, mas consistente.

O La Niña atual é considerado mais fraco, com anomalias de temperatura da superfície do mar em torno de -0,7ºC, dentro da faixa de um La Niña leve. Apesar disso, os impactos já começam a ser sentidos no Brasil, especialmente no Sul, onde a redução de chuvas e o déficit de precipitação têm sido observados. Isso representa um risco para a agricultura, principalmente para as lavouras de milho e soja, com a possibilidade de perdas de produtividade.

A previsão é de que este evento de La Niña, ao contrário do longo episódio de 2020 a 2023, seja mais curto, com duração estimada entre três a cinco meses. Isso se deve à natureza fraca e centralizada do fenômeno.

A MetSul projeta que, já em janeiro de 2025, o clima seco e as chuvas irregulares afetem principalmente o Rio Grande do Sul, em especial no Oeste e Sul do estado. Enquanto isso, o Nordeste deve registrar aumento de chuvas, fenômeno típico do La Niña.

Os efeitos do La Niña no Brasil também incluem temperaturas mais baixas no Sul, com a possibilidade de ondas de calor no verão, o que pode agravar ainda mais os impactos da estiagem. Para o restante do país, as condições são menos intensas, com a região Norte e Nordeste experimentando mais precipitações.

Especialistas alertam que, embora o cenário de déficit de precipitação seja favorável para um período de seca prolongada, a umidade no solo proveniente das chuvas de 2024 pode ajudar a mitigar alguns dos danos. No entanto, com o tempo seco prolongado, a perda de umidade do solo pode ocorrer de maneira acelerada.

Os próximos meses serão decisivos para observar como o fenômeno se desenvolverá e como o clima global continuará sendo influenciado por esse padrão natural.

Efeitos no Brasil:

  • Sul: Menos chuvas, com possível déficit no Rio Grande do Sul e impacto na agricultura.
  • Nordeste: Aumento da precipitação.
  • Temperaturas: Menor chance de aquecimento global em comparação com eventos de El Niño anteriores.

Fonte: https://metsul.com/condicoes-de-la-nina-ja-duram-um-mes-e-devem-seguir-no-pacifico/

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