‘Castelo de Barro’: desvio de R$ 1,5 mi em licitação acaba em prisão e servidor afastado em SC

A Polícia Civil realizou nesta quarta-feira (8) a operação “Castelo de Barro”, conduzida pela Delegacia de Polícia da Comarca de Imbituba, no Sul de Santa Catarina. A ação cumpriu dois mandados de prisão preventiva, sete de busca e apreensão, além de afastar um funcionário público do cargo.

Movimentações atípicas em contratos de saibro chamaram a atenção da Polícia Civil – Foto: Divulgação/PCSC/ND

A investigação da operação “Castelo de Barro” apura possíveis crimes relacionados à execução de licitações na prefeitura de Imbituba, envolvendo empresários e servidores públicos. As medidas judiciais foram cumpridas nas cidades de Garopaba (onde ocorreram as prisões), Imbituba e Imaruí.

Entenda o caso

Em outubro de 2024, a Polícia Civil identificou movimentações atípicas na aquisição de saibro, um material natural usado na construção civil, pela prefeitura de Imbituba. O volume adquirido era muito maior que o dos anos anteriores, sem justificativas plausíveis.

Uma licitação foi realizada em junho de 2024 para o fornecimento de saibro por um ano. No entanto, entre julho e o início de outubro, a quantidade entregue superou em 100% a compra do período anterior (2023/2024) e em 50% a de 2022/2023.

As investigações mostraram que a empresa vencedora entregava apenas três cargas de saibro a cada dez cobradas e pagas pela prefeitura. Além disso, houve desvios do material para endereços privados e obras em Imbituba, Imaruí e Garopaba. A execução do contrato ocorreu majoritariamente nos três primeiros meses, coincidindo com o período eleitoral.

Diante disso, a Polícia Civil solicitou a prisão preventiva dos empresários, buscas nas casas dos envolvidos, o bloqueio de R$ 1,5 milhão, valor estimado dos desvios e o afastamento do funcionário público responsável pela fiscalização e pagamentos.

Sobre a operação Castelo de Barro

A operação Castelo de Barro tem esse nome em referência ao volume absurdo de saibro supostamente entregue: 1.840 caminhões, ou 22.080 metros cúbicos, o suficiente para formar um “castelo de barro”.

 

 

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