5 comportamentos de quem teve muitas responsabilidades quando criança, segundo a psicologia

Cuidar dos irmãos, ser responsável pelos afazeres domésticos, cozinhar, intermediar brigas até mesmo dos pais. Crianças que tiveram obrigações como essas desde muito cedo podem enfrentar desafios quando crescem, como o perfeccionismo, dificuldades em impor limites e transtornos psicológicos.

Menino que sofre com parentificação consolando a mãe

Parentificação é quando crianças assumem funções de adultos – Foto: Freepik/ND

Essa inversão de papéis familiares é conhecida na psicologia como parentificação. O fenômeno corre quando crianças assumem funções de adultos, seja em tarefas práticas ou como suporte emocional para os pais.

A dinâmica pode afetar negativamente o desenvolvimento psicológico e social das crianças, levando a comportamentos como perfeccionismo, necessidade constante de aprovação e dificuldades em estabelecer limites saudáveis.

A psicóloga Lizandra Arita, da Clínica Mantelli, explicou, em entrevista ao Minha Vida, que um comportamento comum entre essas pessoas é a dificuldade em delegar tarefas, resultado da confiança exclusiva em si mesmas e da crença de que outros não desempenharão atividades com a mesma qualidade.

A princípio, esse comportamento pode até parecer positivo, relacionado a uma pessoa independente. No entanto, a atitude possivelmente aumenta os níveis de estresse e prejudica relações profissionais e pessoais.

Além disso, uma criança com excesso de obrigações não têm oportunidades de brincar, explorar, aproveitar a infância, fatores essenciais para o amadurecimento emocional e cognitivo. Essa sobrecarga pode resultar em adultos com dificuldades emocionais e, possivelmente, distúrbios biológicos.

Menina que sofre com a parentificação ouvindo pais brigando

Crianças que sofreram com a parentificação não confiam em outras pessoas – Foto: Freepik/ND

5 comportamentos de quem sofreu com a parentificação

1. Dificuldade em pedir ajuda

Quem passou pelo  processo de parentificação pode ter aprendido desde cedo que não podiam contar com os outros, tornando-se extremamente autossuficientes e com dificuldade em delegar tarefas ou pedir apoio.

Por estarem acostumadas a “resolver tudo”, elas tomam a frente em situações que até mesmo não exigem isso, sobrecarregando-se desnecessariamente.

2. Necessidade constante de aprovação

Irmã mais velha consolando o mais novo

Irmãos mais velhos tendem a sofrer mais com a parentificação – Foto: Freepik/ND

Por terem assumido papéis de cuidado ou suporte emocional na infância, essas pessoas podem crescer buscando validação em relacionamentos ou no trabalho, tentando agradar a todos.

Muitas vezes, elas sentem a necessidade de fazer tudo da “melhor maneira possível”, acreditando que erros não são aceitáveis. Isso pode gerar altos níveis de ansiedade.

Isso também pode gerar problemas com limites, como dificuldade para dizer “não”, ou ainda, sentimento de rejeição, se colocando em situações desgastantes por medo do abandono.

4. Não conseguem descansar

Como tiveram pouco tempo para explorar e brincar durante a infância, essas pessoas podem ter dificuldade em aproveitar momentos de lazer, sentindo-se culpadas ou improdutivas quando tentam relaxar.

5. Alta resiliência

Embora muitas impactos da parentificação possam ser negativos, muitas dessas crianças desenvolvem habilidades como responsabilidade, capacidade de tomar decisões e resiliência em enfrentar dificuldades.

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