Perfil do secretariado do segundo mandato de Nunes: 4 ex-prefeitos, apenas 8 mulheres e malabarismo para acomodar 11 partidos


Ao empossar novos secretários, o emedebista Ricardo Nunes nomeou técnicos de carreira em áreas importantes, mas não abriu mão de medalhões da política regional. Dez dos 30 são novos, e 13 foram mantidos nos cargos. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) faz juramento do cargo de prefeito de São Paulo para o mandato 2025-2028.
Douglas Ferreira/Rede Câmara
Iniciando o segundo mandato como prefeito na cidade de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) precisou fazer um malabarismo político para acomodar os 11 partidos que formaram a coligação que o reelegeu.
Ao empossar os novos secretários, o emedebista decidiu dividir as cadeiras. Nomeou técnicos de carreira em áreas importantes, mas não abriu mão de medalhões da política regional.
No primeiro escalão de seu governo, quatro nomes são de ex-prefeitos de cidades da Grande São Paulo:
Orlando Morando, sem partido atualmente, foi prefeito de São Bernardo do Campo e já comanda a Secretaria de Segurança Urbana;
Rogério Lins (Podemos), ex-prefeito de Osasco, assumiu a pasta de Esportes e Lazer;
Rodrigo Ashiuchi (PL) foi prefeito de Suzano e é o novo secretário do Verde e do Meio Ambiente;
Em breve, o 30° secretário vai assumir o cargo — Luiz Fernando Machado (PL) é ex-prefeito de Jundiaí, no interior do estado, e será o novo secretário-executivo de Desestatização e Parcerias.
Dos 29 nomes indicados, 14 são ou foram filiados a partidos políticos; outros 15 são considerados perfis essencialmente técnicos.
Entre os secretários com histórico partidário, seis são do MDB, partido de Nunes;
Dois são do Republicanos, sigla do governador Tarcísio de Freitas;
Um é do PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Um do PSD, legenda do atual secretário estadual do governo, Gilberto Kassab;
E um do Podemos;
Outros três secretários eram do PSDB, do ex-prefeito Bruno Covas, que morreu em 2021, e hoje estão sem partido.
Dez dos 30 secretários na gestão 2025-2028 são novos, e 13 foram mantidos nos cargos. Seis mudaram de cadeira, mas continuam no primeiro escalão. Até o momento, apenas oito são mulheres.
Para o cientista político Eduardo Grin, o prefeito centralizou as secretarias mais relevantes no partido dele, mas fez a distribuição em outras pastas, respeitando a coalizão partidária.
“Acho que a estratégia de Nunes foi garantir aquilo que é essencial, próximo dele, politicamente falando, e negociar outras secretarias que a seu juízo são passíveis de serem comandadas por outros partidos da coalizão que não sejam áreas estratégicas do seu governo.”
Além disso, entre os nomes do MDB, está um ex-vereador de Cuiabá, capital do Mato Grosso. Totó Parente assumiu a Secretaria de Cultura e Economia Criativa.
Um dos políticos que vai estrear como secretário é Sidney Cruz (MDB). O vereador reeleito na capital assumiu a pasta de Habitação, que, no último mandato, era ocupada por representantes do Republicanos.
Outro estreante também veio da Câmara Municipal: Rodrigo Goulart (PSD), vereador reeleito e relator da Lei de Zoneamento e do Plano Diretor da capital, assumiu a pasta do Desenvolvimento Econômico e Trabalho.
“Se os partidos contemplados se sentem mais privilegiados ou menos privilegiados na formação do governo, isso pode ter implicação na maneira como eles votarão a favor ou contra o governo na Câmara. Então, é pouco provável que um prefeito conseguisse montar a sua composição de secretariado sem levar em conta essa multiplicidade de partidos que o apoiaram na campanha”, pontuou o cientista político.
A Prefeitura de São Paulo informou que a equipe montada representa um governo plural e democrático e com capacidade técnica e reconhecimento profissional.
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