‘Ato de amor e bondade’: Adolescente violinista recebe transplante de coração em hospital de São Paulo


Aos 14 anos, Daniel Mendes, já havia passado por três cirurgias cardíacas. Mais de 45 mil pessoas esperam por transplante de órgãos no Brasil. Adolescente violinista recebe transplante de coração em hospital de São Paulo
Reprodução/TV Globo
O ano de 2025 começou com vida nova para o Daniel. Ele estava na fila de transplante a espera de um coração.
A música suave que escapa para o corredor do hospital destoa da batida forte no peito desse jovem violinista. A espera por um coração demorou nove meses. E Daniel Mendes, de 14 anos, nasceu de novo.
“Até o ar para respirar é bem melhor”, diz Daniel. Eu estou renovado e vou poder tocar sem cansar e treinar mais também.”
O caso dele era bem grave. O adolescente já tinha feito três cirurgias cardíacas. O coração estava no limite. Só funcionava com a ajuda de medicamentos, 24 horas por dia.
Por isso, Daniel não pôde sair do Incor enquanto aguardava pelo dia do transplante, situação mostrada em setembro no Jornal Nacional. Agora, a espera é pela alta – que virá quando os exames comprovarem que não houve rejeição. Ele diz que o coração novo está indo muito bem.
“Eu comecei a andar bastante. Eu até fiz uma caminhada de 5 minutos para testar e não senti cansaço. Eu sinto que está bom! Maravilhoso até.”
A mãe de Daniel, Beatriz Mendes, companheira das caminhadas pelos corredores, conta que o filho já está dando canseira.
“Antigamente ele cansava muito. Agora eu canso e falo: calma, Daniel, espera um pouquinho, parece que tem rodinha no pé agora”, brinca.
Daniel sobe escadas ao lado da mãe no hospital
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Mais de 45 mil pessoas esperam por um transplante de órgão no Brasil. Pouco mais de 600 têm menos de 17 anos.
A conselheira da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, Ilka Boin, diz que a fila é a maior da história.
“Graças também ao diagnóstico feito e ao suporte de base que esses pacientes estão recebendo. Você tem um acesso melhor a condições de saúde, e eles conseguem permanecer e ter a oportunidade de entrar na fila.”
Crianças e adolescentes são minoria na fila do transplante, mas a espera é normalmente mais demorada. Os desafios são maiores, por exemplo, em relação à compatibilidade de peso e altura de quem doa e de quem recebe.
Mais de 45 mil pessoas esperam por um transplante de órgão no Brasil
Reprodução/TV Globo
A médica Estela Azeka trabalha há 40 anos no Incor. Depois de tanto tempo, o coração ainda transborda de alegria pelas famílias dos pacientes.
“Ainda emociona muito. Vale a pena poder ajudar, poder estar aqui para contar uma história tão inspiradora como a dele. Que outras famílias possam doar e ajudar essas crianças tão frágeis que estão esperando na fila, que precisam de uma segunda chance.”
“Meu filho hoje vive pelo sim. Alguém deu um sim, e hoje meu filho vive. Diga sim, seja um doador de órgãos, avise sua família sobre a doação e a importância de deixar um pedacinho de você viver em outras pessoas”, diz a mãe de Daniel.
“Não é fácil, né? É bem difícil, mas seja um doador. Porque a doação é um ato de amor e bondade ao próximo”, finaliza o adolescente.
Adolescente violinista recebe transplante de coração em hospital de São Paulo
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