Mega Sena: “A vida mudou, mas eu não”, diz piratubense que ganhou na loteria

Não é novidade para ninguém que um prêmio da loteria pode mudar a vida de qualquer pessoa. Isso aconteceu há um ano com piratubenses e ipirenses, que juntos acertaram os seis números da Mega da Virada. O principal personagem dessa história, é Paulo André Port, popular Paulinho, morador de Piratuba, que foi o responsável pelo bolão. Ele relatou ao Jornal Comunidade, detalhes da façanha e também falou sobre o que mudou na vida dele e da família, depois de ganhar na Mega Sena.

Com o jeito simples de sempre, ele destacou que segue tratando a todos da mesma forma e que não quis saber de vida de luxo e com gastos exacerbados. “A vida mudou, mas eu não. Continuo sendo o mesmo Paulinho que todos conheceram antes do prêmio. Eu tenho os mesmos amigos, frequento os mesmos lugares, continuo levando minha vida simples”, contou. “Claro que hoje a gente pensa algumas coisas de outra forma, temos sim, novas possibilidades, principalmente quando se trata do bem-estar da família. Mas tudo feito com pé no chão”, revelou. “As melhores sensações, são as de saber que podemos pensar de forma mais tranquila no futuro do nosso filho, e também, a de que não precisamos nos preocupar com a segunda-feira”, brincou Port.

Antes da “virada”, Paulinho trabalhava como vigilante em Piratuba. “Entre a Companhia Hidromineral e o Sicredi, que era onde eu estava no ano passado quando fui premiado, atuei como vigilante por quase 20 anos. Trabalhava como qualquer pessoa, pagando contas e almejando algumas coisas, mas sempre planejando tudo no detalhe, pois não tive oportunidade de estudar”, frisou. “Inclusive a meta antes de acertar as dezenas, era trocar de carro, era isso que eu queria fazer em 2024. Devagarinho estávamos juntando o dinheiro”, recordou ele.

Port contou que precisou deixar a empresa em que trabalhava, assim que ganhou na Mega. “A empresa em que eu atuava entrou em contato comigo me alertando de que seria até perigoso eu seguir na função. Aí, fizemos um acordo e eu saí, e foi melhor, pois fiz alguns investimentos e resolvi me dedicar a isso, cuidar e administrar”, refletiu.

Já a esposa de Paulo, Vanessa Fries, trabalhava há vários anos no salão de beleza Styllo`s, em Piratuba, conhecido como salão da Marta. Lá ela atuava como responsável por agendamentos e locação de apartamentos da Pousada Morada do Sol. Mesmo após a premiação, ela ficou no trabalho por alguns meses. “A Vanessa não quis deixar o pessoal na mão, ela trabalhou por muito tempo lá, então ajudou até que foi necessário e até que outra pessoa aprendesse as funções”, lembrou Paulinho.

Port também contou ao Comunidade que iniciou os bolões entre amigos há cerca de dois anos. Mesmo sendo de Piratuba, ele revelou que optou por jogar na Lotérica Heberle de Ipira, por um motivo especial. “O Marcos Heberle, dono da lotérica de Ipira, foi quem me deu o primeiro emprego. Ele me contratou para fazer a entrega dos exemplares do antigo Jornal Diário Catarinense em Piratuba e Ipira. Isso foi há muitos anos, mas foi uma oportunidade que tive e como forma de retribuir, faço os jogos lá na lotérica dele”, detalhou. “Eu fazia as entregas com uma bicicleta, que tinha um cesto na frente. Ia carregado de jornais”, recordou.

O jogo e o prêmio

Paulinho contou que fazia jogos com palpites próprios e outros, de forma automática, ou seja, eram feitos na lotérica, onde a “máquina” escolhe os números. Segundo ele, as seis dezenas sorteados na Mega da Virada do ano passado, foram escolhidas pela máquina. Ao todo, 33 pessoas foram premiadas no bolão. A maioria, moradores de Piratuba e de Ipira, um de Capinzal e outro de Porto Alegre, RS. O valor dividido entre eles foi de R$ 117 milhões. “Alguns ganharam mais, pois compraram cotas sozinhos. Outros compraram uma conta em duas ou quatro pessoas”, explicou. “O que nos deixa feliz é que a maior parte do valor circulou por aqui, ou seja, movimentou a economia local e isso faz diferença para todos. Teve quem comprou terrenos, outros investiram em casas, apartamentos ou veículos, mas quase tudo aqui”, ressaltou ele.

O dia do sorteio e a notícia

Na noite de 31 de dezembro de 2023, Paulinho e a família estavam preparando um jantar em casa, para comemorar o Réveillon. Ele confessou que acompanhou o sorteio da Mega da Virada, mas não conferiu os jogos na hora e ficou sabendo que os números sorteados estavam no bolão, por meio de um telefonema. “Um dos ganhadores me ligou e disse que tínhamos ganhado. Eu até duvidei na hora e perguntei pra ele, tem certeza, você conferiu direito? Ele disse que sim e aí eu fui conferir e vi que era realmente verdade”, detalhou. “Você imagina uma comemoração, uma gritaria, mas não foi o que aconteceu. Eu fiquei nervoso, não consegui jantar e nem dormir, mas era de felicidade”, lembrou Paulinho ao lado da esposa.

Os premiados

Segundo Paulo, mesmo dividindo o montante, o prêmio fez a diferença na vida dos ganhadores. Cada um, de alguma forma, já empregou parte dos valores, realizou sonhos, ou utilizou de outras formas para cumprir compromissos. “Nós, por exemplo, conseguimos dar uma casa toda mobiliada para nossos pais. É uma sensação única, poder ajudar”, destacou. “Sei de um dos ganhadores que também tinha como sonho, dar uma residência para a mãe, e ele fez isso, comprou um apartamento para ela. Outros fizeram investimentos, pagaram contas, enfim, cada ganhador teve inúmeras possibilidades de melhorar de vida, e isso é muito bom”, sorriu Paulinho, lembrando dos colegas que participaram do bolão.

Sorte ou persistência

O ex-vigilante relatou que sempre teve esperança e jogava realmente com convicção, de que poderia ganhar um prêmio na loteria. Também disse que acredita sim na sorte, mas quando há persistência. “Eu sempre fiz meus jogos, algumas apostas sozinho, outras em bolões com amigos. Foi persistência e sorte. Lembro que eu estava em Alto Bela Vista, há uns três anos, cobrindo um dia de folga de um colega de trabalho, quando tive a ideia de fazer bolões com amigos. Iniciei, insisti e ganhei”, brincou ele. “Não é fácil, é preciso ter paciência e tem que ser responsável, ou seja, não gastar mais do que pode nos jogos. Mas uma coisa é certa, a chance só existe se a gente tentar e eu sigo jogando”, finalizou Paulo. (Cristiano Mortari/Jornal Comunidade)

“A vida mudou, mas eu não”, diz piratubense que ganhou na loteria

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