BC injeta mais US$ 5 bi no mercado para conter o dólar; intervenção no mês é maior da história

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No total, foram colocados no mercado mais de US$ 25 bilhões desde o último dia 12, para segurar a disparada do dólar; moeda chegou a atingir R$ 6,30 na quinta-feira, 19; nesta sexta, opera na casa dos R$ 6,10

Banco Central injetou nesta sexta-feira, 20, mais US$ 5 bilhões no mercado, em sua tentativa de conter a cotação do dólar. Foram US$ 3 bilhões em um leilão de dólares à vista e mais US$ 2 bilhões em um leilão de linha (com promessa de recompra). Um segundo leilão de linha, de mais US$ 2 bilhões, acabou não sendo efetivado – o banco não aceitou as ofertas. Um novo leilão foi marcado para as 11h20.

No total, com todos os leilões realizados desde o dia 12 (à vista e com promessa de recompra), o Banco Central colocou US$ 25,7 bilhões no mercado este mês, o maior valor em apenas um mês já registrado. O recorde até agora, de US$ 23,354 bilhões, havia sido alcançado em março de 2020, durante a pandemia de covid-19.

Os leilões de ontem (US$ 8 bilhões) e de hoje ajudaram a conter a moeda americana – que chegou a atingir a casa dos R$ 6,30 na quinta-feira, 19. Às 10h41, o dólar à vista caía 0,29%, a R$ 6,1037 (ontem, havia fechado em R$ 6,1237). Mais cedo, a cotação chegou a atingir R$ 6,05.

Na quinta-feira, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou durante uma entrevista coletiva que a autarquia tem mapeado dia a dia o fluxo de saída de dólares do País, que está acima da média. O banqueiro central garantiu que continuaria agindo da forma que tem sido feita, quando disfuncionalidades são identificadas no mercado. As análises da instituição têm demonstrado que a demanda exige atuações no mercado à vista, mas ele não descartou o uso de outros instrumentos.

“Isso não significa que a gente não vai atuar daqui para a frente com swaps: a gente sempre olha as demandas, olha os fluxos, vê o que está mapeado na Ptax, o que é saída física, e escolhe os melhores instrumentos”, afirmou Campos Neto. “A gente tem uma liberdade entre os instrumentos.”

Reservas

O Banco Central já liquidou 4,62% das suas reservas internacionais em leilões à vista de dólares apenas em dezembro, a quarta maior venda proporcional em um único mês da história do regime de câmbio flutuante. Essa razão só é menor do que venda a vista em abril de 1999 (9,66%), março de 1999 (5,62%) e setembro de 2002 (5,20%).

Nesses meses, as reservas cambiais do País somavam entre US$ 34 bilhões e US$ 38 bilhões, ante os US$ 363,003 bilhões alcançados em novembro deste ano.

Em termos nominais, o BC liquidou US$ 16,760 bilhões no mercado à vista desde o último dia 12. A única intervenção feita nos últimos anos que se aproxima do impacto que os leilões de dezembro terão nas reservas ocorreu em março de 2020, quando o BC vendeu US$ 12,054 bilhões no mercado à vista – 3,33% das reservas, à época de US$ 362,460 bilhões.

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Fonte:
Paulo Figueiredo

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