Dólar dispara e atinge R$ 6,26, marcando nova máxima histórica; bolsa recua

O dólar voltou a disparar nesta quarta-feira (18), encerrando o dia cotado a R$ 6,267 na venda, o maior valor registrado desde a criação do Plano Real, em 1994. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, também refletiu o pessimismo do mercado, recuando 3% e alcançando os 121 mil pontos.

Cenário nacional pressionado pelo fiscal

Os investidores operam em aversão ao risco, com preocupações sobre o cenário fiscal do Brasil. Apesar da aprovação do texto-base de uma das propostas do pacote fiscal na Câmara dos Deputados, há recebimentos de que outras medidas do pacote enfrentem resistência ou sejam desidratadas no Congresso.

Nesta quarta, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que os outros dois projetos que compõem o pacote serão votados ainda esta semana. Mesmo assim, o mercado segue preensivo quanto à capacidade do governo de aprovar o pacote completo antes do fim do ano.

Segundo analistas, a incerteza fiscal somada à falta de instruções do Banco Central no câmbio – pela primeira vez em cinco sessões – agravou o movimento de alta da moeda norte-americana. Nos últimos dias, a autoridade monetária ofereceu mais de US$ 12,75 bilhões em leilões extraordinários para conter a escalada do dólar.

Federal Reserve reduz juros e adota tom mais cauteloso

No cenário internacional, o Federal Reserve (Fed) anunciou nesta quarta-feira um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros, que agora está entre 4,25% e 4,5%. Apesar do esperado, o movimento foi acompanhado por sinais de que o ciclo de cortes pode estar próximo do fim.

A decisão do Fed não foi unânime: Beth Hammack, dirigente de Cleveland, votou pela manutenção dos juros. O presidente do Fed, Jerome Powell, destacou que os próximos passos dependerão da evolução econômica, enfatizando que o cenário inflacionário norte-americano ainda apresenta riscos.

Impactos para o Brasil

O real acumula uma desvalorização de 21,5% em 2024, aproximando-se dos níveis vistos durante a pandemia. Os economistas apontam que a combinação de incertezas fiscais, altas taxas de juros externos e menor intervenção do Banco Central são os principais fatores por trás do desempenho da moeda brasileira.

O mercado agora aguarda os desdobramentos das negociações no Congresso e novos dados econômicos tanto do Brasil quanto dos Estados Unidos para calibrar as expectativas sobre os próximos passos do dólar.

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