Dólar abre a sessão desta terça-feira, de olho em novos dados de inflação e à espera do Copom


Na véspera, a moeda norte-americana avançou 0,18%, cotada a R$ 6,0820. O principal índice acionário da bolsa de valores brasileira subiu 1%, aos 127.210 pontos. Cédulas de dólar
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O dólar abriu a sessão desta terça-feira, após ter atingido mais um recorde nominal da véspera, cotado a R$ 6,0820.
Investidores repercutem os novos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e seguem em compasso de espera pelas novas decisões de juros do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC), previstas para quarta-feira.
Em meio aos sinais de uma atividade ainda forte e de uma inflação elevada no Brasil, a estimativa dos agentes do mercado financeiro é que o colegiado vote por aumentar a taxa básica de juros (Selic) mais uma vez.
Além disso, o mercado também segue atento aos desdobramentos do quadro fiscal, conforme cresciam os receios de que o pacote de corte de gastos do governo pode enfrentar maior resistência no Congresso Nacional.
Conforme mostrou o blog do Camarotti, articuladores políticos do governo já admitem que o “preço” para a aprovação do pacote fiscal aumentou muito nos últimos dias. (leia mais abaixo)
Veja abaixo o resumo dos mercados.
MOTIVOS: Ibovespa tem melhor mês desde novembro, mas dólar não segue o entusiasmo
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Dólar
O dólar abriu a sessão desta terça-feira.
Na véspera, a moeda norte-americana avançou 0,18%, cotado a R$ 6,0820, em um novo recorde nominal. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,18% na semana
ganho de 1,36% no mês;
avanço de 25,34% no ano.

Ibovespa
As negociações do Ibovespa, por sua vez, começam apenas às 10h.
Na véspera, o índice subiu 1%, aos 127.210 pontos.
Com o resultado, acumulou:
avanço de 1% na semana
alta de 1,23% no mês;
recuo de 5,20% no ano.

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O que está mexendo com os mercados?
O principal destaque desta terça-feira fica com a divulgação do IPCA de novembro. O indicador é considerado a inflação oficial do país e deve dar mais clareza sobre quais os próximos passos do BC na condução dos juros por aqui.
Além disso, ao longo da tarde de segunda-feira, cresceram as dúvidas em relação à aprovação do novo pacote de corte de gastos do governo federal. O receio do mercado é que o governo não consiga votos suficientes no Congresso para aprovar o pacote fiscal ainda este ano.
Como forma de agilizar a aprovação, o governo federal planeja liberar R$ 3,2 bilhões em emendas PIX.
A liberação é vista como essencial para viabilizar o apoio parlamentar e garantir a tramitação das medidas fiscais. O governo já tinha sinalizado para o Congresso, na semana passada, a liberação de R$ 7,8 bilhões em emendas impositivas.
A estratégia também é uma tentativa do Palácio do Planalto de acalmar os parlamentares diante da decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), de rejeitar o recurso apresentado pela Advocacia-Geral da União para reconsiderar as exigências sobre a liberação das emendas.
As emendas são um elemento-chave nas negociações. Sem elas, parlamentares têm demonstrado resistência em avançar com a análise dos projetos do pacote, que ainda não têm relatores definidos. Além disso, uma PEC que deveria ser apensada a outra proposta para acelerar o trâmite continua parada devido ao impasse.
Parlamentares têm pressionado para que as emendas sejam pagas sem as novas exigências impostas pelo STF.
Entre os pontos mais sensíveis estão a necessidade de apresentar um plano de trabalho antes do pagamento das emendas PIX e a obrigatoriedade de identificação nominal nas indicações de emendas de comissão. Essas mudanças geraram insatisfação, pois diferem do modelo tradicional defendido pelo Congresso.
Enquanto isso, conforme mostrou o blog do Camarotti, articuladores políticos do governo já admitem que o “preço” para a aprovação do pacote fiscal aumentou muito nos últimos dias. E não se restringe mais à liberação de emendas.
Há um reconhecimento de que, além da pressão para que o governo atue no Supremo para a flexibilização da decisão do ministro Flávio Dino – que coloca novas condições de transparência para as emendas –, vários partidos começam a cobrar espaços no governo dentro de uma reforma ministerial.
No exterior, o foco fica com a inflação ao consumidor dos Estados Unidos, também prevista para esta semana e uma das principais variáveis consideradas pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) para a condução de juros do país.
Na última sexta-feira, os novos dados do payroll, relatório de emprego dos EUA, indicaram que a criação de vagas de trabalho na maior economia do mundo acelerou em novembro, depois de ter sido severamente afetada por furacões e greves.
Ainda assim, o cenário não indica uma mudança material nas condições do mercado de trabalho norte-americano, que continuam a enfraquecer de forma constante e devem permitir um novo corte da taxa de juros pelo Fed.
Foram 227 mil vagas de emprego abertas fora do setor agrícola no mês passado, enquanto a taxa de desemprego subiu para 4,2%.
“É pouca coisa, mas pelo menos deu conforto para o mercado financeiro, de que o mercado de trabalho dos Estados Unidos não volta a superaquecer e está relativamente tranquilo”, disse o economista-chefe da XP Investimentos, Caio Megale, durante live nesta segunda-feira.
Ainda assim, diz o economista, o cenário para 2025 deve ficar um pouco mais complicado para o BC norte-americano, uma vez que apesar das sinalizações de uma desaceleração da economia e da inflação, ambas as métricas ainda estão fora do que é ideal para o Fed.
“A partir do ano que vem, cada decisão será uma decisão aberta”, diz Megale.
Além disso, também fica no radar dos investidores o maior protecionismo previsto para a economia norte-americana com a chegada do presidente eleito, Donald Trump, no próximo ano.
Neste final de semana, Trump voltou a indicar que deve aumentar tarifas para a China e para outros parceiros comerciais dos EUA. Ele ainda sinalizou que vai proteger a indústria local mesmo que isso gere mais inflação na maior economia do mundo.
*Com informações da agência de notícias Reuters

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