Queijos produzidos em Cabreúva são premiados em competição na Europa: ‘Nossa identidade’


Produtos são feitos na propriedade de Erico de Andrade Kolya, que deixou o mundo corporativo para se dedicar ao laticínio. Produtor de Cabreúva (SP) exibe Sol, o queijo premiado com medalha de ouro na Europa
Luís Spalding/Divulgação
Três queijos produzidos em Cabreúva (SP) foram premiados no World Cheese Awards, uma das competições mais importantes do cenário queijeiro mundial e que foi realizada em Viseu, Portugal, em novembro. A edição 2024 reuniu cerca de 4,7 mil queijos de 47 países.
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Os três queijos premiados foram produzidos no sítio “Pé do Morro”, do empresário Erico de Andrade Kolya. Além dele, o Brasil levou outras 33 medalhas, confirmando seu potencial do queijo artesanal no mercado internacional.
“Eu fiquei super feliz com a premiação, esse foi o primeiro concurso internacional que a gente participou. É muito legal ver que queijos tão característicos assim, com a nossa identidade, tenham ganhado um concurso lá fora, na Europa”, comemora o empresário.
Os queijos de Erico que foram premiados são:
Sol do Japi – medalha de Ouro
Granito – medalha de Ouro
Piazinho – medalha de Bronze
O queijo Sol do Japi, com 18 meses de maturação, já havia sido selecionado entre os 10 melhores em um concurso nacional, o Prêmio Queijo Brasil, que contou com 972 inscrições. Esse queijo, aliás, tem inspiração em uma temporada que Enrico passou em uma queijaria na Suíça.
“É um pouco da ancestralidade do queijo, que é um jeito de você conservar alimento. Você consegue conservar leite feito em épocas de vacas gordas, consumido em outras épocas. O que a gente fazia lá [na Suíça] é o queijo que eu usei como inspiração do Sol, que é um dos queijos que foram premiados agora. A gente fala que é um queijo de montanha.”
Queijo produzido em Cabreúva (SP) é premiado na Europa
Rodrigo Resende/Divulgação
O queijo de Ovelha Amanteigado, da Quinta do Pomar, de Portugal, foi coroado campeão mundial da edição 2024.
Paixão e parceria
Queijos produzidos em Cabreúva (SP) são premiados na Europa
Rodrigo Resende/Divulgação
Mas o sucesso do empresário não veio do acaso. Erico de Andrade Kolya deixou uma promissora carreira no mundo corporativo, quando atuava em uma multinacional até fora do país, para se dedicar aos lacticínios.
“Trabalhei com o vinho e me apaixonei; trabalhei com o queijo e me apaixonei também. E em setembro de 2016 voltei para o Brasil, para Cabreúva, à propriedade da família, um sítio pequeno que a gente tem aqui a mil metros de altura, na Serra do Japi. Comecei a colocar o projeto em prática, pensando o que daquelas experiências eu poderia usar como inspiração para construir o nosso próprio projeto aqui, com a nossa própria identidade”, conta.
“O projeto começou aos poucos. A gente foi fazendo os primeiros queijos. No começo era eu, meu pai e mais um funcionário que está até hoje com a gente. Fui fazendo testes, fui comprando leite, pessoas foram gostando dos queijos e foi dando certo. Então, eu falo que o mercado foi puxando a gente, foi puxando esse nosso crescimento e, hoje, a gente processa 500 litros de leite por dia que a gente transforma em seis estilos de queijo diferentes.”
“São queijos que a gente gosta muito. Não é que no começo já tinha seis queijos, eles foram acontecendo. Mas a gente aceita as interferências da natureza e dessas características que eles vão determinar. Assim, vão dar uma característica final para os queijos. Gosto muito de ressaltar essa parceria”, lembra.
Muito mais que queijo
Propriedade em Cabreúva (SP) produz queijos premiados na Europa
Rodrigo Resende/Divulgação
A queijaria, que é associada ao Sindicato Rural de Itu, oferece uma experiência gastronômica completa, além dos queijos premiados. Aberto ao público de quinta a domingo, das 11h às 17h, quem visitar o local pode adquirir queijos, pães de fermentação natural, bolos, brioches e outros produtos feitos artesanalmente.
Erico também contou ao g1 que as terras de Cabreúva produzem além do queijo premiado. Há um pequeno vinhedo na propriedade, com 300 pés, onde são produzidos cerca de 300 litros de vinhos por ano.
Além disso, ele também tem apostado na produção de azeite de oliva. “Esses são projetos acessórios ao queijo. Hoje, é o queijo que paga as contas da propriedade, que mantém tudo funcionando”, explica.
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