Dólar supera recorde da pandemia aos R$ 5,91 à espera de Haddad

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Moeda registrou o maior patamar da série histórica em termos nominais; Haddad falará em rede nacional às 20h30

O dólar comercial bateu recorde nominal desde a criação do Plano Real. Fechou aos R$ 5,91 nesta 4ª feira (27.nov.2024) com investidores atentos ao possível anúncio do aumento de isenção do IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física) para trabalhadores que recebem até R$ 5.000. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fará um pronunciamento nesta 4ª (27.nov) para tratar de medidas que revisam gastos públicos.

A moeda norte-americana subiu 1,80% nesta 4ª feira (27.nov.2024). Os agentes do mercado financeiro reagem ao pacote fiscal, que não será só sobre revisão de gastos. O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, antecipou que o anúncio terá medidas que mexem com supersalários e grandes fortunas.

O Ibovespa, principal índice da B3 (Bolsa de Valores de São Paulo), fechou com queda de 1,73%, aos 127.668 pontos.

RECORDE

A cotação da moeda norte-americana estava próxima de R$ 5,84 antes das informações rodarem os agentes financeiros. Subiu de R$ 5,84 às 13h40 para R$ 5,90 às 14h10, em menos de 30 minutos. Na máxima, atingiu R$ 5,93.

O valor de R$ 5,91 supera a máxima nominal histórica para o fechamento (quando se encerra as negociações do dia), que foi registrada em 13 de maio de 2020 (R$ 5,90), durante a pandemia de covid. Naquele dia, a moeda norte-americana atingiu R$ 5,95 na máxima. Em 14 de maio de 2020 (no dia seguinte), registrou R$ 5,97 na máxima, mas encerrou o dia aos R$ 5,82.

Leia no infográfico abaixo a trajetória mensal do dólar comercial. O levantamento foi feito por Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating.

O pico histórico do dólar quando se consideram as taxas de inflação do Brasil e dos EUA foi em setembro de 2002. Atingiu R$ 3,90, o que representaria R$ 8,22 a preços atuais. Leia abaixo a taxa efetiva de câmbio mensal:

O ponto mais alto do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) havia sido aos R$ 5,87, registrado em 1º de novembro de 2024. Parte dos agentes econômicos avaliam que é negativa a inclusão de medidas para o IRPF no pacote de revisão de gastos.

O economista Luis Otavio de Souza Leal, da G5 Partners, declarou que o governo não seguiu com o cronograma que previa, nesta ordem, aprovar a reforma tributária sobre o consumo, as medidas de contenção de gastos e apresentar a reforma tributária sobre a renda.

Eu acho que é juntar banana com maçã. A questão da taxação dos super-ricos e da isenção do imposto de renda para ganha até R$ 5.000 deveria vir dentro de um pacote maior sobre a reforma tributária da renda”, disse. Iam ser duas coisas separadas e em momentos diferentes. Agora, misturou tudo.”

Para Leal, a decisão do governo em juntar as medidas mela os planos de um impacto positivo nos ativos financeiros. [O pacote fiscal] Indicava um compromisso do governo com o ajuste fiscal. Vai ser visto como um descompromisso do governo com o ajuste fiscal, porque enfiou esse negócio de R$ 5.000, que já tinha causado impacto no mercado em outubro, quando foi levantada [a possibilidade]”, declarou.

O economista declarou ainda que o pacote de revisão de gastos fica ofuscado.

Poder360 já mostrou que as despesas públicas cresceram mais que as receitas líquidas de janeiro a setembro. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) publicou nesta 4ª feira (27.nov.2024) que, no 1º ano do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o governo central aumentou em 111,2% a necessidade de financiamento em função do aumento dos gastos.

A REVISÃO DAS DESPESAS

O governo federal espera mexer com uma série de despesas no pacote que visa a reduzir os gastos públicos. Os planos incluem mudanças nas regras do salário mínimo, no abono salarial e na pensão dos militares.

A equipe econômica sinalizou para o Congresso que a economia com as iniciativas deve ser de R$ 70 bilhões em 2025 e 2026.

Leia no quadro abaixo um resumo do que está na mesa do governo Lula:

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Fonte:
Paulo Figueiredo

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