Natura&Co encaminha acordo com credores da Avon para voltar a embelezar resultados

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Em meio a um extenso trabalho para sanear a Avon, a Natura&Co anunciou que chegou a um acordo preliminar com credores da companhia americana, adquirida em 2019 por cerca de R$ 2 bilhões e que se encontra em recuperação judicial nos Estados Unidos desde a segunda metade do ano.

Segundo fato relevante divulgado na quarta-feira, 27 de novembro, o acordo preliminar foi firmado com o Comitê de Credores Quirografários da Avon Products e suas afiliadas devedoras. O acerto prevê o pagamento de US$ 34 milhões em dinheiro, além do valor total do financiamento na modalidade DIP (debtor in-possession) no valor de US$ 43 milhões.

No acordo, que permanece sujeito à documentação final e aprovação do juízo que supervisiona o processo de Chapter 11 da Avon, a Natura concordou em renunciar a todos os seus créditos garantidos e não garantidos contra os devedores da Avon.

A notícia animou os investidores, num dia em que o Ibovespa registra recuo de mais de 1%. As ações da Natura registravam a maior alta do índice por volta das 16h46, subindo 3,41%, a R$ 14,85.

A Avon Products apresentou o pedido de recuperação judicial via Chapter 11 em agosto, diante da elevada dívida e passivos jurídicos, anteriores à aquisição pela Natura, um custo que poderia alcançar US$ 10 bilhões. A companhia é dos Estados Unidos, mas não é operacional desde 2016.

A aquisição da Natura fazia parte do plano da Natura de construir uma plataforma global de cosméticos, estratégia que se apoiou em movimentos inorgânicos. Mas as dificuldades de integração das operações forçaram a companhia brasileira a rever a pretensão, o que resultou na venda das marcas The Body Shop para a gestora alemã Aurelius e a Aesop para a L’Oréal.

No caso da Avon, a Natura estudava separar as operações da Avon Internacional e da Natura na América Latina, fazendo com que o mercado fosse pego de surpresa com o anúncio da recuperação judicial.

A expectativa é de que a resolução dos problemas com a Avon alivie a situação para a Natura. No terceiro trimestre, a companhia brasileira registrou um prejuízo líquido de R$ 6,7 bilhões por conta de uma baixa contábil feito na Avon Products. Embora seja uma situação não recorrente, ela reverteu o lucro de R$ 7 bilhões registrados no mesmo período de 2023.

Para os analistas da Ativa Investimentos, a notícia é positiva ao encerrar uma etapa no processo de Chapter 11 da API, “além do fato de os valores acordados estarem em linha com o previsto pela companhia”.

No ano, as ações da Natura registram queda de 11,02%, levando o valor de mercado da companhia a R$ 20,5 bilhões.

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