Veja participação de principais personagens na trama do golpe de Estado, segundo a PF

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou nesta terça-feira (26) o sigilo do relatório final da Polícia Federal que investiga uma tentativa de golpe de Estado no Brasil.
O documento traz detalhes sobre a articulação de figuras centrais do governo Jair Bolsonaro, incluindo o ex-presidente, o general Braga Netto, o ex-deputado Waldemar Costa Neto e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid.
Veja abaixo o papel atribuído a cada um deles, segundo a PF:
Jair Bolsonaro
Recebimento e ajustes na minuta do golpe:
Recebeu uma minuta de decreto golpista elaborada com a participação de Filipe Martins e Amauri Feres Saad.
Bolsonaro ordenou ajustes no documento, incluindo “apenas” a prisão do ministro Alexandre de Moraes e a realização de novas eleições presidenciais.
Participação ativa e consciência da trama:
Segundo a PF, Bolsonaro tinha plena ciência e anuência sobre o planejamento e execução das ações para abolir o Estado Democrático de Direito.
Realizou lives e reuniões para sustentar a narrativa de fraude nas eleições e desacreditar o sistema eletrônico de votação.
Coordenação com as Forças Armadas:
Tentou articular apoio das Forças Armadas para o golpe.
Contou com o alinhamento de alguns militares, como o comandante da Marinha, Almir Garnier, enquanto outros, como o comandante do Exército Freire Gomes, resistiram.
Ação Pós-Derrota Eleitoral:
Articulações para desacreditar o resultado das eleições e pressionar líderes militares a aderirem ao golpe.
Participou de reuniões onde a minuta golpista foi apresentada como estratégia de ruptura.
Mauro Cid
Confecção e Divulgação de Documentos Golpistas:
Auxiliou na elaboração da minuta golpista e em sua disseminação entre aliados.
Coordenou operações clandestinas em apoio ao plano golpista.
Planejamento Operacional:
Participou de reuniões com Braga Netto e outros militares para discutir estratégias de execução do golpe, incluindo ações clandestinas.
Envolvido na concepção do “Punhal Verde e Amarelo”, planejamento que incluía medidas drásticas contra autoridades e integrantes do governo eleito.
Monitoramento de autoridades:
Liderou ações para monitorar o itinerário de Alexandre de Moraes e Luiz Inácio Lula da Silva com o objetivo de subsidiar ordens de prisão ou execução.
Braga Netto
Coordenação Militar:
Identificado como coordenador geral do “Gabinete Institucional de Gestão da Crise”, que seria instaurado após o golpe.
Participou de reuniões estratégicas com militares e políticos para planejar ações de ruptura institucional.
Ataques à Resistência Militar:
Direcionou ataques pessoais e organizados contra comandantes militares que resistiram ao golpe, como Freire Gomes e Baptista Júnior.
Apoio ao Planejamento do Golpe:
Alinhado ao núcleo operacional, contribuiu com a logística e organização de ações clandestinas.
Waldemar Costa Neto
Participação na Representação Eleitoral:
Liderou o Partido Liberal na apresentação de uma representação ao TSE pedindo a anulação de votos de urnas fabricadas antes de 2020, mesmo ciente da inconsistência do argumento.
Estratégia Política no Golpe:
Atuou na disseminação da narrativa falsa de fraudes eleitorais como base para legitimar ações golpistas.
Ligação com Mauro Cid e Bolsonaro:
Apoiado por Bolsonaro e seus assessores, Costa Neto integrou os esforços para justificar a intervenção nas eleições por meios jurídicos e políticos.
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