Paraibanos no pódio

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As disputas no atletismo, integrante do terceiro bloco de modalidades dos Jogos da Juventude, encerram-se hoje, na Vila Olímpica Parahyba, localizada no Bairro dos Estados. No domingo, primeiro dia de provas, dois representantes paraibanos garantiram mais duas medalhas para o estado-sede: Vitória Silva ficou no lugar mais alto do pódio na marcha atlética, enquanto Diogo Kauã encerrou a prova dos 100 m rasos na segunda posição.

Mesmo encontrando dificuldades de desempenhar uma rotina regrada de treinamentos por causa de crises de enxaquecas recorrentes na última semana, Diogo conseguiu chegar ao pódio. Para ele, a condecoração serviu também como um incentivo adicional para competir no Sul-Americano, a próxima e última competição da qual ele participará neste ano, que acontece no início de dezembro, na Argentina.

“É muito gratificante e inspirador, porque eu vi esse meu resultado, foi o melhor do ano, e isso me inspira, porque vai ter o Sul-Americano ainda,  e eu confio que eu consiga fazer um resultado melhor ainda do que eu fiz aqui. Vou treinar bastante para que eu chegue lá e consiga um lugar mais alto ainda no pódio”, disse, confiante.

“A gente está em casa, então tem a obrigação, entre aspas, de receber aquela medalha, ou, pelo menos, estar no pódio, e é muito gratificante conseguir isso, porque em casa eu tenho também o apoio da minha família; eles estão assistindo ao vivo. Pela primeira vez no campeonato, e eles assistindo aqui, é muito gratificante para mim”, acrescenta.

Tendo Usain Bolt e Paulo André como inspirações no mundo esportivo, o paraibano tem metas bem definidas para seu futuro. Em 2025, quando atinge a idade-limite para participação nos Jogos da Juventude, ele quer encerrar sua jornada na competição com chave de ouro: “O ano que vem, eu espero muito bater algum recorde ainda; eu não quero sair do sub-18 sem bater algum recorde. Então eu vou treinar bastante para tentar alcançar o recorde do Paulo André: 10.30s”, falou.

No caminho rumo ao sonho, porém, ele não estará sozinho. Uma das grandes apoiadoras é a sua namorada e também atleta da delegação paraibana, Lídia Júlia.

“Graças a Deus, o esporte proporcionou isso pra gente. É uma coisa que, quando acontece, a gente gosta muito porque é uma relação muito saudável, e, quando a gente une o esporte com a nossa vida pessoal mesmo, saúde e tudo mais, ajuda muito. Os dois vão se ajudando e acontece muito isso dentro do atletismo, dentro da nossa equipe mesmo, um está torcendo pelo outro ali, gravando, tentando ajudar para melhorar o erro dentro da prova em si. Então a gente vai sempre se ajudando e brincando também; nos divertimos muito aqui nos Jogos”, declarou ela.

 Hospitalidade do povo

As disputas na Vila Olímpica estão sendo acompanhadas pelo presidente da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), Wlamir Motta. Ele ressalta a hospitalidade do povo paraibano e pontua que a ideia é que os Jogos da Juventude sejam apenas um pontapé inicial para a realização de diversas outras competições de atletismo no estado.

“Fomos muito bem acolhidos, desde o primeiro momento. Nós estamos dialogando com o Governo da Paraíba, na verdade, desde o final do ano passado, e nós realizamos agora, nos dias 1o, 2 e 3 de novembro, o Campeonato Brasileiro Loterias Caixa Sub-16, aqui, em João Pessoa, que foi um evento-teste para esses Jogos da Juventude. Foi um sucesso, foi muito bom; inclusive, já estamos negociando com o Governo para realizar, em 2025, um Campeonato Brasileiro Sub-18, aqui em João Pessoa”, iniciou.

“Tem sido muito legal, tudo funcionando bem, a Paraíba vai muito bem, João Pessoa com uma estrutura fantástica, desde o aeroporto, rede hoteleira, estrutura esportiva, equipamentos esportivos. Inclusive, a gente deve ter novidades para o ano que vem; é possível que a gente tenha uma revitalização dessa pista de atletismo. Nós estamos negociando, e o Governo da Paraíba também, com a Caixa, para que a gente tenha uma nova pista, para que possamos receber, inclusive, eventos internacionais. Então, as perspectivas são muito boas; é fruto disso, desse acolhimento que nós tivemos aqui”, completou Wlamir Motta.

O presidente da CBAt ainda ressalta a relação de crescimento e aprimoramento técnico comuns à competição estudantil e ao atletismo local.

“O Jogos da Juventude é um momento de encantar os jovens, de apresentar o esporte como uma ferramenta de inclusão e transformação social, alinhada à educação. Não existe nenhuma possibilidade de se falar de esporte, de se falar de rendimento, sem a vinculação com a educação. Então é uma preocupação muito grande. A gente lida com ansiedade, a gente lida com sonhos, a gente lida com frustrações, que devem ser administradas também. Mas é um evento que vem crescendo cada vez mais. É um evento gigantesco. Os atletas treinam e sonham, durante o ano todo, de estar nesses Jogos da Juventude. Então, repito, é um evento que vem crescendo muito. E também com relação […] à Paraíba. A Paraíba, esse ano, está fazendo história no atletismo. Agora, no primeiro final de semana de dezembro, nós teremos o Campeonato Sul-Americano Sub-18 na Argentina. E, pela primeira vez, nós temos cinco atletas paraibanos e um treinador da Paraíba. Isso é inédito, isso jamais aconteceu. Então mostra o potencial, a capacidade do potencial humano da Paraíba, um destaque interessante. Esses atletas, a grande maioria, [são] do interior, do Sertão. Então mostra que, havendo uma mínima oportunidade, esses atletas fazem a sua parte”, salientou.

 Caio Bonfim acompanha provas

Um dos embaixadores dos Jogos da Juventude, o medalhista olímpico em Paris 2024, Caio Bonfim, esteve presente no local de competição tanto no domingo quanto ontem, quando pôde acompanhar de perto as provas.

“Tenho gostado bastante daqui, de vir aqui nos Jogos da Juventude, nessa estrutura, esse espaço muito bacana para os jovens atletas, e você poder fazer parte disso de alguma forma é muito legal, muito bacana. Tenho gostado também da estrutura e do fato de João Pessoa estar dando essa oportunidade de ter um evento aqui e do Brasil todo estar aqui, conhecendo a cidade. Ver que a maioria está em um hotel na beira da praia, eu acho que isso é importante também para o atleta, porque faz ele abrir mais a cabeça e vivenciar novos lugares, novas experiências”, disse.

Sobre ter se tornado uma grande inspiração no atletismo nacional, ele justifica: “O brasileiro gosta de esporte. Quando você vem, aqui no nosso caso, que é o atletismo, e tem um medalhista olímpico da modalidade do esporte deles, isso aí ele identifica, aproxima, porque, quando ele está assistindo, ele fala: ‘Ah, eu faço atletismo também’. O Piu, o Darlan, o Caio. E aí é muito legal você poder vir aqui e, de alguma forma, ser inspiração. E a gente quer que essa juventude tenha inspirações mais próximas deles, por isso surgiu essa iniciativa de embaixadores, para trazer alguns atletas dentro do esporte que o jovem está praticando, para ele também, de alguma forma, aproximar e acreditar também que ele é capaz”, explicou Bonfim.

As disputas do atletismo nos Jogos da Juventude começaram no último domingo e serão encerradas hoje, na Vila Olímpica

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 26 de novembro de 2024.

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A União

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