Espaço das Letras realiza homenagem ao escritor Juca Pontes

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Em sua segunda edição, a Feira Literária Espaço das Letras realizou, ontem, homenagem especial ao escritor e artista Juca Pontes, no mês em que o mesmo completaria 66 anos de idade. Consagrando o autor da obra póstuma “Me Chamo Ariano”, sobre Ariano Suassuna, e de obras inéditas, como “A Fala do Cotidiano: Escritos”, o tributo reuniu os filhos de Pontes e nomes da cultura paraibana. A homenagem iniciou com cantoria de Adeildo Vieira, seguida de uma mesa composta pelo filho Iam Pontes, o jornalista Helder Moura e a presidente da Empresa Paraibana de Comunicação (EPC) Naná Garcez, declamações dos estudantes do Grupo de Poesia de Cordel Padre Serrão, recitação dos poetas Merlânio Maia e Raniery Abrantes, e apresentação do cantor Fuba. O encontro aconteceu na Livraria A União, que recebe, desde o ano passado, o nome do autor.

Iam Pontes, um dos organizadores da feira literária, esteve presente para receber os agraciamentos da noite dirigidos ao pai. “Eu sempre fico muito feliz quando ele é lembrado. Especialmente neste mês que celebra o aniversário dele. É um sentimento de que foi um verdadeiro personagem da cultura paraibana, tanto que contribuiu para o cenário cultural especialmente a partir da literatura, que era a paixão dele. O legado que ele deixou continua ressoando na Paraíba, nos eventos literários”, ressaltou Iam.

Naná Garcez, por sua vez, lembra que Juca sempre foi uma pessoa que teve proximidade profissional com o Jornal A União, veículo da EPC. “Nós carregamos aqui na livraria o nome dele com muito prazer. As homenagens em torno de Juca são sempre pensadas com muito carinho principalmente pelos filhos e, para nós, é uma satisfação, porque sabemos que Juca e o mundo literário da Paraíba tiveram uma relação muito próxima. Esse evento traz um público que nem sempre pode passar aqui todo dia e com a ideia principal de ser um ponto de encontro de quem gosta de ler, de quem escreve e de quem publica”, explica Garcez.

Helder comenta que conhecia Pontes desde os anos 1990, quando trabalharam juntos. Ele lembra que se reencontraram ao longo da vida algumas vezes e, em uma delas, decidiram criar um grupo de literatura. “Dessa conversa, surgiu a Confraria das Letras. Isso é pra ilustrar como o Juca tinha a cabeça arejada, era extraordinária pessoa. Muita gente fala que ele era bacana porque usava muito essa palavra. Se juntar todas as homenagens, serão poucas pelo que ele representou para a cultura da Paraíba. Ele continua representando com seus livros, com seu legado, várias escolas adotaram sua literatura. Juca era um poeta sensível, mas especialmente uma pessoa, um humanista. Íntegro, honesto e leal”, remonta Moura.

Multiartista

Iam Pontes identifica que o pai não atuou apenas nas artes literárias e na escrita, mas foi também um ativista e um agitador cultural que deixou muitos projetos como legado para a Paraíba, como a construção do Festival de Artes de Areia, a produção da revista Literartes, a edição do suplemento Correio das Artes, do Jornal A União, e a realização do catálogo As Cores da Arte Paraibana, coletiva com 25 artistas plásticos da Paraíba, lançado em Brasília, na Galeria Zumbi dos Palmares, na Câmara dos Deputados, e em João Pessoa, na Usina Energisa.

Espaço das Letras

A feira é uma realização da Fundação Espaço Cultural José Lins do Rego (Funesc), por meio da Biblioteca Juarez da Gama Batista, com apoio da EPC, por intermédio da Livraria A União, onde a feira acontece.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 25 de novembro de 2024.

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A União

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