Ex-Comandante da Ucrânia Declara que a Terceira Guerra Mundial ‘Já Começou’

Foto – Yan Dobronosov/Global Images

O ex-líder das Forças Armadas da Ucrânia afirmou que a Terceira Guerra Mundial já está em curso, em meio à intensificação das tensões e ataques de ambos os lados do conflito europeu.

Valerii Zaluzhnyi, que atuou como Comandante-em-Chefe da Ucrânia até ser afastado no início deste ano pelo presidente Zelensky, declarou:
“Acredito que em 2024 podemos dizer com certeza que a Terceira Guerra Mundial já começou.”

Falando durante a cerimônia do prêmio UP100, organizado pelo Ukrainska Pravda na sexta-feira, Zaluzhnyi destacou que a Ucrânia já está envolvida em um conflito internacional, citando o uso de drones iranianos, mísseis norte-coreanos e projéteis chineses pelos russos.

“O que estávamos esperando há tanto tempo já começou. Mas quero dizer que Deus dá uma chance, não apenas para a Ucrânia, mas para todo o mundo, de tirar as conclusões certas agora,” disse ele.

Em um apelo por mais armamento ocidental, Zaluzhnyi acrescentou:
“Ainda é possível parar aqui, no território da Ucrânia. Mas, por algum motivo, nossos parceiros não querem entender isso. Já há muitos inimigos na Ucrânia. A Ucrânia sobreviverá com tecnologia, mas não se sabe se poderá vencer esta batalha sozinha. Então, eu digo: a Guerra Mundial, bem-vinda, já começou.”

Escalada no conflito

As declarações do ex-comandante, que agora atua como embaixador no Reino Unido, vieram após uma semana de intensas escaladas na guerra na Ucrânia. Tudo começou com relatos de que o presidente dos EUA, Joe Biden, autorizou o uso de mísseis de longo alcance ATACMS contra alvos no território russo, uma decisão que ele anteriormente evitava para não provocar uma resposta catastrófica da maior potência nuclear do mundo.

Londres seguiu o exemplo rapidamente, aprovando o uso de mísseis de longo alcance Storm Shadow, de fabricação britânica, que supostamente atingiram alvos na região russa de Kursk na quarta-feira.

Em resposta, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou uma atualização na doutrina nuclear de Moscou, afirmando que “qualquer ataque” patrocinado por uma potência nuclear a um território russo, mesmo que não seja nuclear, justificará uma retaliação nuclear por parte do Kremlin.

A crescente participação do Ocidente

Na sexta-feira, o embaixador russo no Reino Unido, Andrei Kelin, afirmou que o Reino Unido está agora “diretamente envolvido” na guerra na Ucrânia, após os ataques relatados com os mísseis Storm Shadow em Kursk.

Questionado se o Reino Unido estava oficialmente em guerra com a Rússia, o primeiro-ministro Sir Keir Starmer respondeu:
“Não, não estamos em guerra, mas a Ucrânia certamente está, porque foi invadida pela Rússia. Essa guerra já dura mais de 1.000 dias. São 1.000 dias de agressão da Rússia e 1.000 dias de sacrifício para a Ucrânia. Por isso, temos dito constantemente que apoiamos a Ucrânia. Não podemos permitir que Putin vença esta guerra.”

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