Prostitutas de Belo Horizonte lutam por regulamentação da profissão


Podcast Gerais no g1 conversou com repórter Carlos Eduardo Alvim que ouviu algumas destas mulheres. Levantamento feito pela PUC Minas, que ouviu 360 profissionais, mostra que maioria sofre de problemas de saúde mental, como depressão. As mais de 4 mil mulheres cis e trans que trabalham na zona boêmia de Belo Horizonte como prostitutas têm que lidar com violência, depressão e falta de direitos trabalhistas. Um estudo da PUC Minas ouviu 360 profissionais da Rua Guaicurus, na Região Central da cidade. Há 24 hotéis no local.
Quatro quarteirões, comércio intenso e espaço onde trabalham mais de 4 mil prostitutas: conheça a Rua Guaicurus
“São mulheres que sustentam a família desta forma. Que trabalham mais de dez horas. Que estão anos nessa vida, sem garantia de aposentadoria”, disse o repórter Carlos Eduardo Alvim, no podcast Gerais no g1.
Estudo revela perfil das mais de 4 mil prostitutas que trabalham em zona boêmia de BH
Alvim visitou alguns dos hotéis da Guaicurus e ouviu muitas trabalhadoras do sexo. (veja reportagem acima)
Violência nos hotéis
A pesquisa mostrou que 74% das mulheres da Guaicurus já sofreram discriminação ou violência. 267 entrevistadas responderam que passaram por essas situações ao longo da vida.
Quando perguntadas sobre as impressões da profissão, 190 disseram ter alguma dificuldade no exercício da função. Preconceito e estigma, ter de levar uma vida dupla, marginalização, vulnerabilidade social, solidão, insalubridade, falta de direitos trabalhistas foram as principais respostas.
Trabalhadora sexual na rua Guaicurus
Esley Rezende – TV Globo
História
O endereço conhecido pela boemia retratado no cinema, na literatura e na televisão, com sua obra mais famosa, a minissérie Hilda Furacão da TV Globo, surgiu com a capital Belo Horizonte, como explicou a professora da Puc Minas Luciana Andrade, que publicou um artigo relacionado ao território da Guaicurus.
A localidade pode ser dividida em marcos temporais. O primeiro deles, entre 1897, ano da fundação da cidade, e o final da década de 1920, com a predominância da prostituição feminina, concentrada em cabarés localizados nas áreas baixas do centro e o último e atual, com a presença dos hotéis com mulheres majoritariamente.
“Desde o início da cidade elas estão naquele lugar,” disse a professora.
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