Plano de grupo investigado pela PF visava envenenar Lula e enforcar Moraes em praça

A Polícia Federal segue as investigações sobre o plano de golpe de Estado articulado por um grupo de militares e um policial federal, com foco nas execuções violentas que estavam sendo tramadas. Detalhes adicionais sobre as formas de execução de líderes políticos, já discutidas nas mensagens interceptadas, foram revelados após as prisões realizadas na manhã de terça-feira (19).

O plano visava a morte do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com os documentos e mensagens coletadas, a execução de Lula estava planejada com base em sua fragilidade de saúde. Em um dos pontos mais macabros do plano, os golpistas cogitavam o uso de veneno ou substâncias químicas para provocar um colapso orgânico no presidente eleito, aproveitando-se de sua rotina de hospitalizações.

Em relação a Moraes, as mensagens interceptadas trazem uma abordagem mais direta, com um dos membros do grupo sugerindo que o ministro deveria ser enforcado publicamente na Praça dos Três Poderes, em Brasília, inspirando-se na morte do ditador italiano Benito Mussolini, em 1945. Esse tipo de execução extrema era discutido com base na ideia de gerar um impacto simbólico, levando a uma ruptura institucional.

Embora não haja detalhes completos sobre como seria executado o assassinato de Alckmin, as mensagens indicam que ele também seria alvo de um ataque coordenado pelo grupo. As conversas revelam que o grupo estava atento aos movimentos políticos e militares para garantir a execução de seus planos, com destaque para as armas de guerra que estavam sendo preparadas para a ação, incluindo fuzis e metralhadoras, armas de grosso calibre e até um lança-granadas, como apontado em documentos encontrados pela PF.

Esses detalhes indicam não apenas o caráter violento e premeditado do plano, mas também o nível de organização e recursos que estavam sendo mobilizados pelo grupo, incluindo o uso de armamento pesado e táticas militares avançadas. As prisões realizadas pela PF, que prenderam quatro militares e um policial federal, desarticularam um dos maiores esquemas de insurreição planejada no Brasil, mas a investigação continua em andamento para identificar outros envolvidos e prevenir possíveis ações futuras.

Mandados

A Operação Contragolpe já cumpriu cinco mandados de prisão preventiva, e cumpre ainda três mandados de busca e apreensão e 15 medidas cautelares diversas, que incluem a proibição de manter contato com demais investigados; a proibição de se ausentar do país, com entrega de passaportes no prazo de 24 (vinte e quatro) horas; e a suspensão do exercício de funções públicas.

O Exército Brasileiro acompanhou o cumprimento dos mandados, que estão sendo efetivados nos estados do Rio de Janeiro, de Goiás e do Amazonas, além do Distrito Federal.

“As investigações apontam que a organização criminosa se utilizou de elevado nível de conhecimento técnico-militar para planejar, coordenar e executar ações ilícitas nos meses de novembro e dezembro de 2022. Os investigados são, em sua maioria, militares com formação em forças especiais”, destacou a PF em nota.

Os fatos investigados, segundo a corporação, configuram crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.

PF realiza operação contra  grupo que planejou morte de Lula, Alckmin e Moraes

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