Tia diz que família paterna não conseguia ter contato com bebê que foi levado para hospital morto e com sinais de abuso sexual


Bebê de 1 ano e cinco meses foi levado para hospital pela mãe e pelo padrasto, que foram presos. Segundo a polícia, ele chegou ao hospital com hematomas em várias partes do corpo e a avaliação médica apontou indícios de possível abuso sexual. Caso aconteceu na cidade de Peixe, no Tocantins
Erica Lima/Governo do Tocantins
A morte de um bebê de apenas 1 ano e cinco meses supostamente após agressões chocou a família paterna, que estava sem contato com criança. Uma tia do bebê, irmã do pai, contou que os parentes pediam para vê-lo ao menos por chamada de vídeo, mas a mãe da criança dava desculpas de alegava problemas com o aparelho celular.
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O caso aconteceu em Peixe, no sudeste do estado, durante o fim de semana. Tanto a mãe como o padrasto do bebê foram presos por suspeita de homicídio na noite de sábado (16). A Polícia Militar (PM) informou que a criança foi levada para o Hospital Municipal sem vida. Além de diversos hematomas, havia sinais de possível abuso sexual.
Uma irmã do pai da criança contou em entrevista à TV Anhanguera que viu o sobrinho depois do Dia das Crianças, em outubro, mas por pouco tempo.
“Ela [a mãe do menino] veio aqui muito rápido, não deixou levar nem pro meu pai, nem pro meu irmão pegou o presente e falou que tinha que ir porque o marido dela estava com pressa e não tinha como ela ir depois. Nem me levou na mãe dela, na família dela. Ninguém tinha visto o bebê”, lembrou.
Mesmo com o afastamento, segundo a tia, estava marcado de o bebê ir para a casa da família paterna nos próximos dias. Na sexta-feira (15), o avô paterno, conseguiu ver o bebê por chamada de vídeo e percebeu que a criança estava com um olho roxo.
“Ele sempre pedia ‘me manda foto, me manda vídeo, deixa eu falar com o nenê’. E aí ela usava sempre a desculpa que o celular dela estava com a câmera ruim, o celular estava quebrado. Então meu pai falou pra mim, olha eu fiz uma chamada [com a mãe do bebê] e o olho roxo, ele não estava alegre, então estava esquisito”, comentou.
Ainda segundo a tia, a mãe do sobrinho contou que o roxo no olho seria por causa de uma queda em um parquinho. Essa foi a mesma versão dada à PM, quando ela e o atual companheiro foram presos, na noite de sábado.
Notícia da morte
Quem avisou a família paterna sobre a morte do bebê foi a avó e uma tia materna. Ela conta que recebe uma ligação durante a madrugada, quando estava dormindo.
“Falou assim ‘aconteceu uma coisa terrível, é sobre o neném’. Quando ela falou isso, eu pensei que ele deve ter sofrido um acidente e deve estar no hospital. Liguei e aí ela estava desesperada, chorando, não conseguia falar. E aí a outra irmã que estava lá com ela pegou o telefone e falou que ele tinha sido espancado e estuprado e que ele havia falecido”, contou.
Sobre o susto da notícia, a tia contou que a princípio pensou que a morte do bebê era mentira.
“Pensei é mentira, é mentira. Então eu entrei em contato com a com alguns amigos meus, né? Falei um amigo meu que é advogado se teria como você verificar se essas pessoas, esses nomes, realmente estão presos, porque eu acho que isso é mentira, né? Por mais que ela tivessem um comportamento estranho, o neném sempre estava bem cuidado”, afirmando que só depois a ficha caiu e ela contou ao irmão, pai do bebê, a situação.
Sobre o novo relacionamento da ex-cunhada, a tia paterna disse não ter muitas informações, mas contou que estavam juntos há aproximadamente quatro meses.
O corpo da criança passou por exames de necropsia, para a produção de um laudo que vai determinar a causa da morte. O enterro aconteceu nesta segunda-feira (18).
“Acabou tudo, principalmente para o meu irmão. Agora, nesse momento, ele não está vendo sentido mais na vida, em nada. Ele falava que era o sentido da da vida dele, na alegria, da da vida dele, e gente cria um amor, né. Não nasce da gente, mas a gente criou desde bebê, então é uma coisa assim que é como se fosse mentira. É muito difícil acreditar. Era uma criança alegre, o tempo todo sorrindo, não dava trabalho”, contou a tia.
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Entenda
O caso foi registrado na noite de sábado (16) e de acordo com a Polícia Militar (PM), a criança deu entrada no hospital por volta das 23h já sem vida. O corpo da criança passou por uma avaliação médica que identificou as marcas no tronco, abdômen e face, além de sinais que indicavam possível abuso sexual contra o bebê.
No hospital, o Conselho Tutelar foi chamado para acompanhar o caso juntamente com as equipes do 4º BPM. A mãe contou há uma semana manchas escuras teriam aparecido no abdômen e nas costas do bebê e que ela teria passado uma pomada para tratar.
Também contou que a criança teria caído em um parquinho e machucado o olho, e que neste sábado sofreu outra queda, que causou um hematoma na testa. Depois disso, o bebê tomou uma mamadeira e passou a ficar sonolento. O padrasto percebeu que a criança estava com os lábios roxos. Foi quando eles levaram o bebê para o hospital.
Mãe e padrasto negaram que houve abusos e agressões contra a criança. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que o casal recebeu voz de prisão na delegacia e autuação se refere ao crime de homicídio qualificado, cometido por meio de tortura contra menor de 14 anos.
Após os procedimentos na delegacia, a mãe foi recolhida à Unidade Penal Feminina de Talismã. O padrasto foi encaminhado à Unidade Penal Regional de Gurupi e ambos estão à disposição do Poder Judiciário.
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