Eduardo Suplicy diz estar em remissão de câncer linfático após quatro meses de tratamento contra a doença em SP


Deputado estadual de SP mais votado em 2022, Suplicy tem 83 anos e foi diagnosticado com linfoma em julho. Eduardo Suplicy usou seu Instagram para dizer que está em remissão do câncer linfático diagnosticado em julho
Reprodução
O deputado Eduardo Suplicy (PT), parlamentar mais votado da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) no último pleito estadual de 2022, anunciou neste sábado (16) que está em remissão do câncer linfático após quatro meses de tratamento contra a doença na capital paulista.
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“Depois de quatro meses de batalha, finalmente foi constatada a remissão do meu linfoma. Continuo o tratamento, ainda falta uma sessão de imunoterapia, e como minha imunidade está muito baixa, mantenho isolamento parcial”, escreveu o político na sua página oficial no Instagram.
Segundo especialistas em oncologia, remissão é quando o câncer não é mais detectado por nenhum exame. Já a cura ocorre a partir do momento em que a doença é totalmente erradicada. Essa constatação é feita após cinco anos sem sinal do câncer.
Linfoma não Hodgkin
Linfoma não Hodgkin: entenda o câncer de Eduardo Suplicy
Suplicy havia divulgado em outubro deste ano, também por meio de suas redes sociais, que teve o diagnóstico para linfoma não Hodgkin. À época, ele afirmou que havia recebido o diagnóstico da doença em julho, mas já está fazendo um tratamento imunoquimioterápico no Hospital Nove de Julho.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o linfoma não Hodgkin (LNH) é um tipo de câncer que tem origem nas células do sistema linfático e que se espalha de maneira não ordenada. Existem mais de 20 tipos diferentes de linfomas não Hodgkin.
O sistema linfático faz parte do sistema imunológico, que ajuda o corpo a combater doenças. E, como o tecido linfático é encontrado em todo o corpo, o linfoma pode começar em qualquer lugar, dificultando o diagnóstico. O linfoma pode atingir crianças, adolescentes e adultos, mas é mais comum em pessoas mais velhas.
O principal sintoma do linfoma não Hodgkin é o aumento dos gânglios linfáticos, que se manifesta pelo surgimento de caroços em regiões como o pescoço, virilha e axila. Outros sintomas podem incluir febre, suor noturno, tosse, coceira na pele e perda de peso.
Entre as opções de tratamento, estão a quimioterapia, a imunoterapia, a radioterapia e o transplante de medula óssea. Segundo informações da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale), as chances de cura são, em média, de 60% a 70%.
O deputado estadual Eduardo Suplicy (PT), parlamentar mais votado da Alesp em 2022.
Paulo Pinto/Fotos Públicas
Suplicy, de 83 anos, usou sua página na internet, que conta com mais de 900 mil seguidores, para agradecer ao apoio que recebeu. E voltou a comentar sobre uma de suas bandeiras políticas: a renda básica.
“Mas, se antes tinha sonhos, agora eles só aumentaram! Não irei descansar enquanto não ver instituída a Renda Básica de Cidadania no Brasil e no mundo!”, escreveu o petista.
Doença de Parkinson
Em 2022, Suplicy já tinha sido diagnosticado com a doença de Parkinson e passou a tratar a doença com derivados de cannabis sativa, a planta da maconha.
Numa audiência pública na Câmara dos Deputados, em Brasília, o deputado defendeu o tratamento gratuito com cannabis pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e disse que levava uma vida normal por conta da medicação natural oriunda da cannabis.
Deputado estadual de SP Eduardo Suplicy (PT)
Will Shutter/Câmara dos Deputados
Embora tenha tratamento, o Parkinson é uma doença que não tem cura. Um dos aspectos principais é a distonia (contração muscular). Segundo especialistas, as principais causas podem ser desconhecidas, genéticas ou relacionadas a acidentes e condições externas.
O parlamentar revelou participar de um estudo de caso conduzido pelo professor Francisney Nascimento, adjunto de Farmacologia Clínica na Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), para avaliar o uso das substâncias derivadas da cannabis em tratamentos.
Regulamentação
Eduardo Suplicy ainda defendeu, durante o depoimento na audiência, o avanço em leis para possibilitar a produção nacional e facilitar a comercialização da planta.
“O acesso à cannabis é um direito humano. É fundamental que rapidamente se aprove a lei”, disse.
O uso medicinal da cannabis está previsto em resoluções da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). As normas permitem a importação e o registro de medicamentos com base em substâncias derivadas da planta.
A obtenção dos medicamentos também é possível pelas associações canábicas autorizadas judicialmente. O cultivo doméstico, no entanto, ainda depende de decisões na Justiça.
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Em setembro deste ano, a Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu um salvo-conduto para cultivo doméstico da cannabis sativa com finalidade medicinal. A decisão é uma espécie de licença que impede a prisão de pessoas nessa situação.
Mesmo com os avanços dos últimos anos, a cannabis medicinal segue como um tratamento considerado caro. O custo elevado também leva à judicialização, em uma tentativa de obrigar o Estado a arcar com o fornecimento dos medicamentos.
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